Escrevam-me a dizer quem foi ao meu funeral
Nos capítulos anteriores. Ingrid Bauman foi encontrada morta na Lagoa Salgada pelo Zé da TVI. O cabo Carneiro tomou conta da ocorrência. Júlio Sebastião invocou os espíritos de quatro grandes escritores policiais para solucionar o crime. O inspector da PJ, Alfredo Coutinho, chega com o mesmo objectivo. Hercule Poirot e Jules Maigret são os primeiros a comparecer à chamada e já se encontram na Silha da Palha. O primeiro fica em casa do capitão Lobato. O segundo aluga um quarto ao Zé da TVI. Fica-se a saber mais sobre a vida do capitão Lobato. Coutinho promete para breve a identificação do assassino. Poirot visita o local do crime. Finalmente, chegam à Silha da Palha os detectives em falta: Nero Wolfe e Perry Mason. O inspector Coutinho julga ter descoberto o assassino. Mason entra em cena para defender o suspeito. Por exigências editoriais, o autor é obrigado a escrever sobre paisagens. Físicas e humanas. Conta-se como Ingrid chegou à Silha da Palha, acompanhada por Jürgen. E como se tornaram amantes. Mason tira um suspeito da prisão. Os quatro detectives encontram-se. As últimas revelações... Inquietações e impasses. A letargia dos detectives começa a ser incomodativa. Maria dos Anjos é apontada como autora do crime. Gertrudes vai em auxílio de Maria dos Anjos e fornece-lhe um álibi.
- Partilhar artigo
- ...
Pese embora estas distracções, os quatro detectives já haviam descoberto a identidade do assassino de Ingrid. Cada um através dos seus peculiares meios de investigação, mas convergindo numa única e surpreendente conclusão. Entre eles, numa reunião à porta fechada que teve lugar na bafienta sala de jantar do latifundiário Picoito, acordaram em realizar uma conferência de imprensa onde explicariam, sem sombra de dúvidas, como havia morrido a alemã, quem praticou o crime e quais foram os motivos que ditaram tamanha tragédia. O plano estava metodicamente concebido. Os detectives iriam falar por ordem alfabética; ou seja, primeiro Maigret, depois Mason, a seguir Poirot e por último Wolfe, tendo ficado estabelecido que cada um iria contar uma parte da história e sublinhar que se tratava de um trabalho inédito de cooperação ao qual não se importariam de dar continuidade. Com a inestimável ajuda da menina Teresa, tinham redigido um comunicado a convocar uma conferência de imprensa para o final da corrida de touros, o qual seria distribuído durante o intervalo aos órgãos de comunicação. Estavam, por isso, felizes e dispostos a suportar o espectáculo até ao fim, apesar de considerarem repugnante ver um animal a ser alarvemente espetado. E de terem de suportar as agonias instigadas pelo contraste entre o vermelho vivo do sangue e a negritude da pele do bicho.
Mais lidas