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As sombras da Revolução ainda inspiram livros

Que sombras ainda há por explorar 45 anos depois da Revolução dos Cravos? O que falta dizer? Dois livros lançados agora apontam o foco a factos escondidos ou pouco conhecidos da História. Um foi escrito por um jovem jornalista e fala dos mortos do 25 de Abril, deitando por terra a versão de uma revolução sem sangue. Outro, um romance, tem como personagens principais duas mulheres inspiradas na "PIDE Leninha", a mais temida agente feminina da polícia política portuguesa, e numa presa política que sofreu às suas mãos.

Raquel Wise 
27 de Abril de 2019 às 11:00
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O escritor teve conhecimento destas pessoas em 2013 num artigo que marcava o aniversário do 25 de Abril. Ficou curioso e decidiu investigar. Percebeu que só os mortos civis - João Guilherme Arruda (estudante de Filosofia), Fernando Giesteira (empregado de mesa na "boîte" Cova da Onça), José Barneto (escriturário no Grémio Nacional de Industriais de Confeitaria) e Fernando Reis (soldado) eram referidos de tempos a tempos, "mas ninguém sabia quem eles eram". Todos sucumbiram às rajadas de tiros que agentes da PIDE lançaram sobre a multidão que se juntou na Rua António Maria Cardoso, onde ficava a sede da polícia política, por volta das 20h20 de 25 de Abril de 1974, quando Marcello Caetano já tinha sido deposto e retirado do Quartel do Carmo. Os outros mortos, António Lage, um funcionário da PIDE, e o agente da PSP Manuel Costa (assassinado já a 26 de Abril de 1974), foram simplesmente omitidos, afirma o autor. "Entre os dias 26 e 29 de abril de 1974, os nomes dos seis mortos circularam nos jornais nacionais, mas depois desapareceram. O discurso político enxotou-os para fora da História", afirma no livro.

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