Enrique Vila-Matas: “Comparo a fidelidade à literatura com a fidelidade no amor”
“Escrever de verdade é arriscar e aventurar-se’ na procura da mais absoluta liberdade. O meu lema literário é, desde há algum tempo, esta frase de Quixote: ‘Pela liberdade, Sancho, assim como pela honra, pode e deve-se arriscar a vida’”, diz o escritor Enrique Vila-Matas. No seu mais recente livro, “Montevideu”, volta a declarar o seu amor às palavras, num jogo constante entre realidade e ficção.
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"Toda a escrita corre o risco de não ter sentido e não seria nada sem esse risco. O meu lema literário é, desde há algum tempo, esta frase de Quixote: ‘Pela liberdade, Sancho, assim como pela honra, pode e deve-se arriscar a vida’", diz o escritor catalão Enrique Vila-Matas, um dos grandes nomes da literatura, autor de obras como "O Mal de Montano". No seu mais recente livro, "Montevideu", lançado em Portugal pela Dom Quixote, o narrador volta a declarar o seu amor às palavras, num jogo constante entre realidade e ficção, num labirinto intrincado feito de acasos e de portas contíguas, com referências a "escritores de antigamente" como Julio Cortázar. "Montevideu" parte aliás do seu conto "A Porta Condenada", que relata a saga de um homem que viaja até à capital do Uruguai e se hospeda num hotel de nome Cervantes e encontra uma porta escondida atrás do roupeiro do quarto. "‘Montevideu’ não deixou de me perseguir desde o momento em que o publiquei", conta-nos Enrique Vila-Matas em entrevista por email. Também ele encontrou uma porta escondida num hotel em Sevilha…
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