A indústria do luxo descobriu, há alguns anos, uma nova rota da seda. Em vez de viver fascinada pelos símbolos e produtos exóticos do Oriente, passou a fornecer aos clientes asiáticos o melhor do que se produz no Ocidente. A Ásia (tal como o Médio Oriente) parecia ser o novo El Dorado, com um apetite entusiasmado dos seus habitantes por relógios, malas e tantas outras obras de arte do consumo de luxo. Mas o crescimento astronómico parece estar a perder o fulgor. A instabilidade política (de que foi exemplo o bloqueio, durante semanas, das principais artérias de Hong Kong), taxas de câmbio muito voláteis e, sobretudo, a forte campanha das autoridades chinesas contra a corrupção, estão a fazer vítimas junto das empresas que achavam que o mercado asiático era um túnel iluminado sem fim.