O bólide que só virava à direita
Proficiente, com o silêncio meio zen com que enfrentava o mundo, o Jorge tinha na cabeça o mapa dessa Luanda que estava a um dedo mindinho de deixar de ser colonial e traçou um milhão de cenários que lhe permitiam circular no obstinado carro de direcção única.
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O meu amigo Jorge Sá, em Luanda, comprou barato um carro que só virava à direita. E a quem sorria e pense desmentir-me, dizendo que isto são ficções que se me deslargam da cabeça desde que perdi o cabelo, deixo este aviso: eu não tenho um pingo de qualquer tipo de imaginação, o meu encéfalo é uma reles planície prosaica que só se excita com factos. O facto é que o Jorge guiava em Luanda um carro, sei lá se um Toyota ou um Fiat, que se recusava a virar à esquerda.
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