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A polémica do Facebook e o ministério do conhecimento

A classe política despertou tarde para os problemas levantados por uma série de empresas tecnológicas como o Facebook e o Twitter. Até porque estas estavam a deixar que a esfera pública fosse poluída por retórica extremista e pelo ódio.

23 de Março de 2018 às 09:47
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A internet deixou de ser a última fronteira, com que sonhou há algum tempo John Perry Barlow e outros visionários que julgavam ter encontrado ali um território livre. A democracia prometida pelas redes sociais está agora nas mãos de alguns xerifes. Eles não têm pistolas. Têm armas mais refinadas: algoritmos. A recente revelação de que uma empresa, a Cambridge Analytica, utilizou os perfis de mais de 50 milhões de utilizadores americanos do Facebook para construir um sistema que pode ter influenciado os eleitores nas presidenciais americanas de 2016 é o mais recente exemplo de que na internet todos podem ter segredos, mas alguns podem utilizar os de todos os demais. Ou seja, na internet e nas redes sociais, não há privacidade: existem dados disponíveis que, pelos vistos, qualquer empresa sofisticada pode compilar, utilizar e fazer reverter a favor dos seus interesses. No caso, a campanha de Donald Trump contratou a Cambridge Analytica em Junho de 2016 e pagou-lhe cerca de 6,2 milhões de dólares. A empresa sempre negou ter utilizado dados do Facebook na campanha. Poucos acreditaram. A dúvida levantou uma outra: o Facebook tem 2,2 mil milhões de utilizadores activos. Assim que certeza estes podem ter de que os seus dados pessoais poderão estar seguros? E o Facebook estará a fazer o suficiente por isso? Quando a revista Wired, que foi a bíblia sagrada dos cibernautas libertários do início, alerta para o perigo para a democracia do poder de conhecimento das grandes empresas da internet, sabe o que está a dizer.

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