Pandemia fez marcha-atrás na vida das mulheres
O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é assinalado com novos dados preocupantes. Com a pandemia, registou-se uma inversão nos progressos alcançados nas condições laborais e de vida das mulheres. O papel de cuidadora sobrepôs-se à carreira e muitas mulheres diminuíram a produtividade ou tiveram mesmo de interromper a sua atividade profissional.
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O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é assinalado com novos dados preocupantes. Com a pandemia, registou-se uma inversão nos progressos alcançados nas condições laborais e de vida das mulheres. Agravaram-se as desigualdades de género no mercado de trabalho, houve uma perda rendimento e muitas trabalhadoras foram lançadas no desemprego. O papel de cuidadora sobrepôs-se à carreira e muitas mulheres diminuíram a produtividade ou tiveram mesmo de interromper a sua atividade profissional. O afastamento do talento feminino das organizações, se não for contrariado com medidas políticas no período pós-pandemia, terá um elevado custo económico e social.Tânia (nome fictício) trabalha numa empresa que analisa as reclamações dos clientes da EDP em regime de "outsourcing". Está em teletrabalho e tem três filhos, de 12, 8 e 5 anos. A situação já não era fácil de gerir, e tudo se complicou ainda mais em janeiro, quando as escolas fecharam. "Não conseguia trabalhar e, ao mesmo tempo, acompanhar as aulas online", conta. Expôs a situação à entidade patronal, mas "não houve sensibilidade". Ficou uma semana com faltas ao trabalho justificadas, sem remuneração. Como não podia continuar sem rendimentos, voltou ao ativo. Mas "só conseguia fazer os mínimos".
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