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Raquel Castro: “A paisagem sonora transformou-se num franchising”

Muitas cidades estão a perder a sua identidade sonora. Lisboa já não é Lisboa. “Com a gentrificação, os bairros deixaram de ter características específicas. Já mal ouvimos os pregões na cidade”. Sem esses sons, há um sentido de pertença que se perde também. Escutamo-nos pouco, aponta a investigadora e realizadora Raquel Castro, fundadora do festival de arte sonora Lisboa Soa e presidente do World Forum for Acoustic Ecology.

Pedro Catarino
10 de Novembro de 2023 às 11:00
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Raquel Castro ouviu muitas cantigas, lengalengas e histórias do antigamente. Foi há 20 anos, a propósito de um projeto de recolha de tradição oral que a levou a percorrer zonas remotas do país. Percebeu então que as pessoas não estavam habituadas a ser escutadas. Percebeu também que os lugares tinham uma identidade sonora bem marcada. Começou a estudar essas paisagens feitas de som e a investigar a área de ecologia acústica, que postula uma cidadania sónica - a escuta é acima de tudo um acto político. Foi a pensar nisso que a investigadora e realizadora lançou o Invisible Places, simpósio sobre "som, urbanismo e sentido de lugar", e o festival de arte sonora Lisboa Soa (assim como a série "Soa" e um filme com o mesmo nome). Em 2021, foi nomeada curadora da rede Sound Art in Public Spaces e é hoje presidente do World Forum for Acoustic Ecology.

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