Cavaco já enviou diplomas sobre salários e pensões para o Constitucional
Cavaco Silva tinha oito dias para decidir mas não demorou nem 24 horas: os diplomas que reintroduzem os cortes salariais no Estado ainda este ano e adoptam cortes permanentes nas pensões de Janeiro de 2015 em diante já chegaram ao Tribunal Constitucional.
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O Presidente da República recebeu estes diplomas da Assembleia da República ontem, quarta-feira, já depois das 18h00, e fê-los chegar em velocidade-relâmpago ao Palácio Ratton.
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Os juízes têm agora 25 dias para se pronunciarem (na fiscalização preventiva há prazos definidos, ao contrário do que acontece na sucessiva), mas os calendários podem ser encurtados.
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O diploma que reintroduz os cortes na Função Pública recupera os que vigoraram entre 2011 e 2013, acima dos 1.500 euros, com taxas que variam entre os 3,5% e os 10% e que entram em vigor no dia seguinte ao da publicação do diploma. No decreto estão ainda estabelecidos cortes para o próximo ano (80% dos que vigorarão este ano) e para os três anos seguintes (neste caso, de forma indefinida).
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Já o diploma que introduz a Contribuição de Sustentabilidade (CdS) é para vigorar de 1 de Janeiro de 2015 em diante, substituindo a CES de forma permanente.
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Esta contribuição estabelece reduções de 2% para quem receba entre 1.000 e 2.000 euros em pensões, que vão subindo até chegar a 3,5% para pensões de 3.500 euros. O Governo promete ainda reforçar os cortes acima deste valor num diploma autónomo, mas de forma transitória.
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Ao contrário da CES, que abarca todo o tipo de pensões, neste caso, estarão em causa apenas pensões da Segurança Social, da Caixa Geral de Aposentações e da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores.
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A grande diferença face a diplomas anteriores é que se assume agora que o corte é permanente. O IVA é aumentado em 0,25 pontos e a taxa contributiva a cargo dos trabalhadores sobe 0,2 pontos.
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No caso das pensões, o Presidente centra-se nos artigos que introduzem a contribuição de sustentabilidade (CdS) e na fórmula de actualização anual do valor das pensões.
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No caso dos salários, está em causa o corte que o Governo quer retomar ainda este ano e o mecanismo de gradual reposição remuneratória a vigorar de 2015 em diante.
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Em ambos os casos Cavaco Silva pede que as normas sejam avaliadas à luz dos princípios da protecção da confiança e da igualdade, revela um comunicado entretanto disponilizado na página electrónica da presidência.
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(Notícia actualizada às 14H10 com indicação do conteúdo da nota divulgada pela Presidência da República. E corrigida às 15h explicando que o Tribunal Constitucional tem vinte e cinco dias para decidir)
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