Consumidores mais confiantes no arranque do ano, ao contrário das empresas

Os dados revelados esta quinta-feira pelo INE revelam mais uma subida do indicador de confiança dos consumidores, ainda que menos pronunciada face ao mês anterior.
Luís Vieira
Ana Sanlez 28 de Janeiro de 2021 às 10:16

A confiança dos consumidores aumentou em janeiro pelo segundo mês consecutivo. De acordo com os dados revelados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador atingiu em janeiro o valor mais elevado desde março do ano passado, apesar de ainda estar longe dos valores registados antes da pandemia. A subida foi, ainda assim, menos pronunciada face ao mês anterior. 

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O INE explica o aumento com "o contributo positivo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país e da realização de compras importantes". Por sua vez, "as perspetivas relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar apresentaram um contributo nulo para a evolução do indicador, enquanto as opiniões relativas à evolução passada da situação financeira do agregado familiar registaram um contributo negativo".

Em sentido inverso está a evolução da confiança das empresas. O indicador de clima económico diminuiu em janeiro, revelam os dados do INE, "contrariando o aumento observado em dezembro e interrompendo o perfil de recuperação observado entre maio e outubro". A confiança sofreu uma quebra na Indústria Transformadora e no Comércio, tendo aumentado na Construção e Obras Públicas e nos Serviços.

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Na Indústria Transformadora, a descida deveu-se ao "expressivo contributo negativo das expectativas de produção da empresa", explica o INE. O indicador diminuiu no agrupamento de bens de consumo e bens intermédios, mas subiu nos bens de investimento. 

No comércio, a descida resultou do "contributo negativo das opiniões sobre o volume de vendas e sobretudo das perspetivas de atividade da empresa nos próximos três meses". A quebra da confiança foi sentida de forma mais significativa no comércio por grosso, mas o comércio a retalho também não escapou à descida.

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Por sua vez, o setor dos serviços mostrou-se mais confiante no arranque do ano, depois de ter registado quebras nos dois meses anteriores. A análise do INE destaca o contributo "expressamente positivo das apreciações sobre a evolução da carteira de encomendas". No entanto, as más perspetivas sobre a evolução da procura e as opiniões sobre a atividade da empresa impediram uma subida mais expressiva. 

Já no que toca à Construção e Obras Públicas, o aumento da confiança das empresas refletiu as "apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego, tendo sido mais expressivo no primeiro caso", nota o INE. A subida do otimismo foi mais expressiva na divisão de engenharia civil, enquanto as divisões de promoção imobiliária, construção de edifícios e atividades especializadas não escaparam a quebras. 

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