Costa sublinha sentido de urgência de ação coletiva para prosperidade económica da UE

Falando na cerimónia de passagem de testemunho do atual presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em Bruxelas, o ex-primeiro-ministro português exortou: "Neste caminho, cabe-nos a nós, instituições e Estados-membros, tomar decisões".
Costa sublinha sentido de urgência de ação coletiva para prosperidade económica da UE
Lusa 29 de Novembro de 2024 às 15:19

O presidente eleito do Conselho Europeu destacou esta sexta-feira o "sentido de urgência" para apostar na prosperidade económica da União Europeia (UE), defendendo "ação coletiva" entre os líderes e "trabalho de equipa" com outras instituições, como a Comissão Europeia.

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"Depois de ter falado com os dirigentes europeus que visitei ao longo das últimas semanas, sinto-me confiante graças ao seu sentido de urgência e, sobretudo, ao facto de todos porem a tónica numa ação coletiva inspirada na criatividade e norteada pelo pragmatismo", afirmou António Costa.

Falando na cerimónia de passagem de testemunho do atual presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em Bruxelas, o ex-primeiro-ministro português exortou: "Neste caminho, cabe-nos a nós, instituições e Estados-membros, tomar decisões".

"Temos de completar o mercado único, reduzir a burocracia, investir nas competências e na inovação, e utilizar os desafios no domínio da defesa e da energia como motores para impulsionar a competitividade", enumerou.

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As declarações surgem depois de António Costa, ter realizado no verão e início do outono um roteiro por 25 capitais europeias para se encontrar presencialmente com os chefes de Governo e de Estado da UE para conhecer melhor as suas perspetivas e prioridades para o próximo ciclo institucional no espaço comunitário.

Só não visitou a Bulgária e a Roménia por estarem em períodos eleitorais.

Com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a assistir à cerimónia no Conselho Europeu, António Costa defendeu que "preservar e reforçar o legado da União Europeia é um trabalho de equipa", sendo que, apesar de representarem instituições diferentes, esta é "uma única União Europeia".

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"A Europa é feita de prosperidade e a UE sempre esteve ancorada numa promessa de prosperidade partilhada para os seus cidadãos, é essa promessa que temos de cumprir", adiantou.

No domingo, o antigo primeiro-ministro, António Costa, inicia funções como presidente do Conselho Europeu, a instituição composta pelos chefes de Governo e de Estado UE, que define as orientações e prioridades políticas comunitárias.

É o primeiro português e o primeiro socialista à frente da instituição.

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António Costa, que fez parte do Conselho Europeu em representação de Portugal durante oito anos (período em que foi primeiro-ministro), conhece já alguns dos líderes da UE, mas pretende, no seu mandato de dois anos e meio, encontrar pontos de convergência para compromissos entre os 27 e tornar a instituição mais eficaz.

Sucede no cargo ao belga Charles Michel, em funções desde 2019 e que termina o mandato a 30 de novembro de 2024, num período marcado por crises como a saída do Reino Unido da União Europeia, a pandemia de covid-19, a invasão russa da Ucrânia e, mais recentemente, o reacender das tensões no Médio Oriente.

Num contexto de tensões geopolíticas (devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente), de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, a UE quer apostar, próximo ciclo institucional, na competitividade económica comunitária.

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Estima-se que a UE tenha de investir 800 mil milhões de euros por ano, o equivalente a 4% do PIB, para colmatar falhas no investimento e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa em comparação a Washington e Pequim.

Só a aposta em defesa, impulsionada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa e pelas recentes tensões geopolíticas, vai ter de ser suportada por necessidades de investimento na ordem dos 500 mil milhões de euros na próxima década.

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