Ministro das Finanças admite pequenas situações de serviços públicos fechados durante a greve

Em declarações em Bruxelas, no final da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, Miranda Sarmento não se comprometeu com um salário mínimo de 1.600 euros.
miranda sarmento
Rodrigo Antunes/Lusa
Lusa 14:36

O ministro das Finanças admitiu sta sexta-feira terem-se registado "pequenas situações de serviços públicos" fechados na quinta-feira devido à greve geral, o que demonstra que "o país trabalhou", e não se comprometeu com um salário mínimo de 1.600 euros.

"Eu não vou comentar números. Quem quis fazer greve, fê-lo, é um direito, [mas] a maioria da administração pública esteve a trabalhar e a esmagadora maioria do setor privado esteve a trabalhar", apontou Joaquim Miranda Sarmento, em declarações aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final da reunião dos ministros das Finanças da União Europeia.

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Questionado se estava a contradizer os números das centrais sindicais sobre a greve geral de quinta-feira, o governante apontou: "Estou a dizer que houve pequenas situações de alguns serviços públicos em que se sentiu algum efeito da greve, mas no geral o país trabalhou".

"Basta ver que o consumo de eletricidade esteve mais ou menos ao nível daquilo que é habitual num dia útil de semana, os levantamentos ATM [multibanco] também tiveram em linha com aquilo que é habitual, portanto o país seguiu a sua vida e quem quis fazer greve tem esse direito e pode exercê-lo", adiantou.

Já quando questionado sobre as declarações do primeiro-ministro referentes à subida do salário mínimo nacional para 1.600 euros, quando atualmente é de 870 euros, o ministro das Finanças escusou-se a apontar prazos.

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"Seria especular" dizer daqui a quanto tempo será possível pois "depende de muitas variáveis. Temos de ter ambição, e ambição de reformar o país, aumentar a produtividade, mais crescimento económico", vincou.

Ainda assim, de acordo com Joaquim Miranda Sarmento, "a meta [de 1.600 euros de salário mínimo] é aquilo que está no programa eleitoral".

Sobre as negociações relativas à reforma laboral entre Governo e sindicatos, Joaquim Miranda Sarmento adiantou que essas discussões "se mantêm".

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"Aliás, a greve ocorre a meio de uma negociação, porque nenhuma das partes terminou essa negociação e seguramente não o Governo", concluiu.

A greve geral foi convocada pelas centrais sindicais CGTP-IN e UGT, contra alterações à legislação laboral defendidas pelo Governo.

Enquanto o Governo situou a adesão à greve entre os 0 e os 10%, os sindicatos falaram numa adesão superior a 80%, falando em 100% em serviços como o Metro de Lisboa.

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