Portugal e Ucrânia acordam produção conjunta de drones subaquáticos
Portugal e a Ucrânia celebraram um acordo para produção conjunta de drones subaquáticos e a realização de um fórum económico entre os dois países, anunciou o primeiro-ministro português.
Luís Montenegro falava na conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Ucrânia, no âmbito da sua primeira visita a Kiev enquanto primeiro-ministro.
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"Portugal e a Ucrânia têm, ao nível dos veículos não tripulados, um conhecimento que é hoje a vanguarda do mundo", destacou.
O primeiro-ministro anunciou a disponibilidade para produzir em Portugal "drones com tecnologia e conhecimento científico ucraniano", bem como disponibilidade do país para levar a experiência e conhecimento científico a sua "capacidade produtiva para a Ucrânia".
"É mesmo esse o objetivo do acordo que nós celebrámos", disse.
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Luís Montenegro disse ainda que Portugal e Ucrânia querem que este encontro signifique "um ponto de viragem" nas relações económicas entre os dois países, anunciando a realização de um fórum económico bilateral no próximo ano.
Segundo Montenegro, este acordo sobre os drones subaquáticos permitirá aos dois países levar "mais longe" o seu conhecimento e competência tecnológica para defender o seu espaço marítimo e as suas infraestruturas críticas.
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"No caso português, por exemplo, não nos esqueçamos que os cabos marítimos que atravessam a nossa zona marítima são absolutamente fundamentais para as comunicações de Europa com o continente americano, com o continente africano e também com o Médio Oriente", afirmou.
Montenegro salientou que a cooperação com a Ucrânia -- que atingiu em apoio militar este ano 227,5 milhões de euros -- "não é apenas militar, é também política", destacando o acordo alcançado no plano europeu.
"Esta é também uma semana onde, para além do apoio financeiro de 90 mil milhões de euros que a União Europeia dará à Ucrânia em 2026 e 2027, para além do congelamento permanente dos ativos russos, também ficou bem reforçado o empenhamento no processo de adesão da Ucrânia à União Europeia, processo que merece, de resto, um apoio inequívoco de Portugal", disse.
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Questionado se Portugal considera que a Ucrânia pode estar em condições de aderir à UE no início de 2027, Montenegro foi cauteloso, dizendo que se trata de um processo complexo, mas assegurou que o país estará "100% empenhado" em que aconteça o mais rápido possível.
O primeiro-ministro admitiu que as relações económicas entre os dois países são ainda muito baixas.
"As nossas empresas ainda operam com uma dimensão estreita na Ucrânia e o mesmo acontece com as empresas ucranianas em Portugal. Mas há um campo muito grande para poder incrementar esse relacionamento no futuro", disse, justificando a marcação do fórum económico.
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O primeiro-ministro agradeceu ainda o contributo da comunidade ucraniana e viver em Portugal.
"Em Portugal, residem neste momento 79.232 ucranianos (...) Têm uma integração plena, estão hoje no nosso tecido económico, muitos deles já com uma segunda geração também plenamente integrada, qualificada e são um exemplo daquilo que é a nossa capacidade de acolhimento e integração e são um exemplo também do contributo que nós podemos receber em fortalecimento dos nossos recursos humanos", disse.
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