Filipa Roseta apela ao consenso político para parcerias com privados na habitação
A ex-vereadora da Habitação em Lisboa é a convidada do novo episódio do podcast Urbanidades, que vai para o ar esta quarta-feira. Defende que “a grande chave da habitação no nosso país é a propriedade pública”, mas que sem os privados nada acontecerá. Mas na capital, até agora faltou o necessário consenso político.
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No anterior mandato, Carlos Moedas não conseguiu chegar a acordo com a oposição - leia-se, com o PS - para avançar com parcerias público privadas (PPP) para a construção de habitação na cidade, mas a sua antiga vereadora, Filipa Roseta, defende que esse é um caminho inevitável e apela agora a que se consiga obter o necessário consenso político.
“Sem os privados na equação, isto não vai acontecer. Temos de ter as parcerias a funcionar”, afirma no novo episódio do podcast Urbanidades que será publicado esta quarta-feira. Filipa Roseta, que saiu na sequência das últimas autárquicas e voltou à arquitetura e à academia, reconhece que “foi a única coisa” que não conseguiu e a sua “única tristeza".
“Temos imensa propriedade pública por utilizar, em Lisboa e no resto do país, e é aqui que nós temos de começar, a ceder a propriedade pública, fazer parcerias com promotores e com cooperativas para as pessoas pagarem apenas a construção. É um caminho que está a ser feito”, sustenta.
No anterior mandato o processo teve a oposição do PS, que não concordava com as rendas que o executivo camarário queria negociar com os promotores e que, explica Filipa Roseta, deveriam manter-se no regime dearrendamento acessível durante os 90 anos da concessão. “Dei provas de que sou mais do que disponivel para fazer todo o tipo de cedências. mas nem chegou ao concurso público, porque falhou o consenso político”, lamenta.
Com a atual geografia política na câmara, Carlos Moedas terá apenas de contar com o apoio do vereador eleito pelo Chega para avançar. O modelo está pronto, é só pô-lo no terreno, garante a ex-vereadora.
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