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“Julgamento será feito pelas pessoas”, diz Carlos Moedas

O acidente com o elevador da Glória marcou o arranque do primeiro debate entre os quatro principais candidatos autárquicos a Lisboa. O atual presidente diz que os lisboetas irão avaliar a sua atuação. Alexandra Leitão quer apurar responsabilidades com "tempo e serenidade".

Carlos Moedas
Carlos Moedas Tiago Petinga/Lusa
21:40

O debate na SIC e SIC Notícias, que opõe pela primeira vez os quatro principais candidatos à câmara municipal da capital, arrancou com o tema que mais marcou a atualidade nas últimas semanas em Lisboa: o acidente com o elevador da Glória, que vitimou mortalmente 16 pessoas, cabendo a Alexandra Leitão (candidata pelo PS, Bloco de Esquerda, Livre e PAN) ser a primeira a pronunciar-se sobre o tema, repetindo que “é preciso apurar responsabilidades, com tempo, com serenidade, para que não volte a acontecer”, salientando que “muitos documentos ainda não chegaram” para a investigação.

O atual presidente, Carlos Moedas (PSD, CDS-PP e IL)  reiterou assumir toda a “responsabilidade política”, alegando que os lisboetas foram bombardeados com “contra-informação sobre o que estava a acontecer” e salientando que “o que era importante era estar ao lado das equipas”. “Demos todas as condições à Carris”, salientou. Rejeitando novamente demitir-se, o que seria uma "cobardia", não adiantou se uma derrota em outubro será o final da sua carreira política, dizendo que “o julgamento será feito pelas pessoas” nas eleições autárquicas de 12 de outubro. 

Bruno Mascarenhas, do Chega, atirou que Moedas “é perito na desresponsabilização”, apontando que a Carris é uma concessão da CML, mas atacando também o PS. “Estão capturados pelo sistema político e pelos aparelhos partidários.” Recorde-se que o Chega apresentou uma moção de censura na Assembleia Municipal no seguimento do acidente.            

Já a CDU (PCP e Os Verdes), por João Ferreira, apontou a investigação em curso, salientando que foram aprovadas várias propostas na reunião da Assembleia Municipal convocada a pedido do partido. "O que é necessário é uma reflexão mais ampla de opções de gestão no presente e no passado, como o desinvestimento na manutenção, a externalização, os orçamentos", referiu. “Não concordo com Carlos Moedas quando diz que demos todas as condições à Carris”, recordando vários aspetos em que a Carris “funciona mal”.

Foi também João Ferreira que levantou o tema dos impostos, lembrando as centenas de milhões de euros que Carlos Moedas optou por devolver aos lisboetas, ao não cobrar a taxa máxima de IRS permitida às autarquias e que poderiam ser aplicadas em várias áreas na cidade. "Tenho muito orgulho nisso", replicou Moedas, aproveitando para perguntar a Alexandra Leitão se irá rever a medida. "Não há nada no programa" que aponte nesse sentido, referiu a candidata socialista.

Na habitação, Alexandra Leitão salientou que o objetivo estratégico é ter 20% de habitação acessível, salientando que é preciso mobilizar os privados, através de majorações, e recuperar edifícios devolutos.

Moedas disse ser um assunto em que “está à vontade com os lisboetas”, assinalado que entregou quase 3.000 chaves, número que Alexandra Leitão coloca em causa. Moedas salientou também os programas que permitiram apoiar as famílias nos pagamentos de rendas e negou que vá acabar a suspensão das licenças de alojamento local, como alegou a candidata do PS.  

Sobre o afastamento da vereadora com o pelouro da habitação, Filipa Roseta, Moedas apontou com o nome de Vaso Moreira Rato, que já era adjunto da vereadora, como seu sucessor.

Mascarenhas sublinhou a impossibilidade de gerir o parque habitacional público da cidade, defendendo a cedência dos imóveis aos inquilinos, referindo que a habitação social deve ser “apenas para pessoas cumpridoras” e apostando também no envolvimento do setor privado na construção.

Já João Ferreira defendeu o aumento do parque habitacional público, a restrição de licenças a hotéis e o agravamento do IMI para casas vazias, além de soluções cooperativas e uma via verde para a construção não especulativa.

Uma série de outros temas marcaram o debate, como a imigração, tema que Moedas disse ter sido "dos primeiros a abordar", com Alexandra Leitão a defender a integração, Mascarenhas a dizer que "só se pode integrar quem quer ser integrado" e Ferreira a lembrar que não são as autarquias a defender as políticas de imigração.          

Discutiu-se também a segurança, com Alexandra Leitão a defender a videovigilância e o reforço dos agentes da Polícia Municipal e Moedas a defender o trabalho feito na melhoria da iluminação pública, criticada pela candidata socialista, defendendo o trabalho da Polícia Municipal, e João Ferreira a pedir o regresso do policiamento de proximidade. Já Mascarenhas disse que Moedas não se impôs ao não dar continuidade ao reforço dos poderes da Polícia Municipal.

Discutiu-se tammbém a higiene urbana e mobilidade, com Alexandra Leitão a dizer que Lisboa "nunca cheirou tão mal como hoje", defendendo a recolha de lixo sete dias por semana, e Mascarenhas a dizer que vai eliminar algumas das ciclovias da cidade.

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