Excedente externo encolhe para 1,2% do PIB no primeiro trimestre
A economia portuguesa registou um excedente externo de 829 milhões de euros até março, segundo dados do Banco de Portugal divulgados esta terça-feira. Em comparação com igual período do ano passado, o saldo da balança de pagamentos diminuiu 1.707 milhões de euros, devido ao aumento do défice da balança de bens e do défice da balança de rendimento primário.
PUB
O excedente das balanças corrente e de capital no primeiro trimestre correspondeu a 1,2% do PIB. Esse valor compara com um excedente de 3,8% do PIB observado em igual trimestre do ano passado. É de notar que, no trimestre anterior (quarto e último trimestre de 2024), o excedente externo tinha sido equivalente a 3,3% do PIB.
PUB
Essa diminuição do excedente externo português reflete sobretudo um aumento do défice da balança de bens, causado por um crescimento das importações superior ao das exportações. Até março, o défice da balança de bens subiu 1.546 milhões de euros, depois de as importações terem crescido 1.674 milhões de euros enquanto as exportações aumentaram 128 milhões.
A contribuir para um saldo externo mais desfavorável estive também a balança de rendimento primário, onde se incluem pagamentos e recebimentos de rendimentos de fatores como o trabalho ou o capital (dividendos, juros associados a investimentos no exterior). Até março, o défice da balança de rendimento primário agravou-se em 397 milhões de euros, "decorrente de uma menor atribuição de fundos da União Europeia a título de subsídios (-361 milhões de euros)".
PUB
Em sentido contrário, o excedente da balança de serviços continua a aumentar. Até março, verificou-se um aumento de 299 milhões de euros, "justificado maioritariamente pela evolução do saldo das viagens e turismo (+160 milhões de euros) e dos serviços técnicos, relacionados com o comércio e outros serviços fornecidos por empresas (+151 milhões de euros)".
PUB
Até março, o saldo da balança financeira foi positivo em 1.215 milhões de euros, traduzindo a capacidade de financiamento da economia portuguesa. "As instituições financeiras não monetárias exceto sociedades de seguros e fundos de pensões, foram o setor que mais contribuiu para este saldo, nomeadamente através da redução de passivos em capital e em títulos de dívida de investimento direto estrangeiro não residente", revela o BdP.
Por outro lado, "o banco central foi o setor com a maior redução de ativos líquidos sobre o exterior devido, sobretudo, ao aumento dos passivos na forma de depósitos".
PUB
(notícia atualizada às 11:27)
Mais lidas
O Negócios recomenda