FMI vê mundo a crescer ao ritmo mais forte dos últimos cinco anos

O mundo está a crescer mais, mas ainda pouco, adverte o FMI. Políticas proteccionistas continuam a ser dos maiores riscos no médio prazo.

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Eva Gaspar 18 de Abril de 2017 às 14:01

Pela terceira vez consecutiva, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em ligeira alta as suas previsões para o andamento da economia mundial, esperando um crescimento de 3,5% neste ano, uma décima acima do que previa em Janeiro. A concretizar-se, este será o ritmo mais forte de expansão global do último quinquénio, embora ainda se mantenha muito distante dos níveis anteriores ao deflagrar da crise financeira, em 2008.

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"A economia global tem vindo a fortalecer-se desde meados do ano passado", quando o mundo cresceu 3,1%, e a aceleração é observável "tanto em economias avançadas como em países emergentes e países de baixo rendimento, estando assente quer na indústria quer no comércio", escreve a instituição sediada em Washington no relatório que acompanha as novas previsões macroeconómicas, divulgadas nesta terça-feira, 18 de Abril.

 

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"A nossa nova projecção para 2017 é marginalmente maior (…) e essa melhoria decorre principalmente de boas notícias económicas na Europa e na Ásia, e dentro da Ásia, vindas principalmente da China e do Japão", acrescenta o Fundo, que mantém a expectativa de uma nova ligeira aceleração da economia mundial em 2018, para 3,6%.

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Contudo, alerta o FMI, o ritmo de expansão ainda está bem aquém do que se observava antes da crise financeira (ver gráfico), a maioria das economias, em especial as avançadas, tem pela frente um potencial de crescimento muito baixo e a balança dos riscos no curto prazo, ainda pende para o lado negativo. O maior dos riscos, repete a instituição presidida por Christine Lagarde num recado a implícito à Casa Branca, a de guerras comerciais na sequência de políticas proteccionistas. 

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FMI vê mundo a crescer ao ritmo mais forte dos últimos cinco anos

 

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Já para a Zona Euro, o FMI reviu em ligeira alta a previsão para a evolução do PIB neste ano (1,7%, mais uma décima) tendo mantido inalterada em 1,6% a relativa a 2018. Dentro do euro, todas as grandes economias tiveram variações marginais de uma décima (Alemanha crescerá 1,6%, França 1,4% e Itália 0,8%), à excepção de Espanha, que surge com a maior revisão em alta (três décimas) e o maior crescimento do grupo: 2,6%, neste ano.

 

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Ainda "modesta", a recuperação na Zona Euro deverá ser apoiada por uma posição orçamental ligeiramente expansionista, um euro mais fraco e beneficiar dos estímulos orçamentais prometidos pela Administração de Donald Trump para dinamizar os Estados Unidos. Os principais riscos prendem-se com a incerteza dos resultados eleitorais (França vai já a votos neste domingo) e com o andamento das negociações de saída do Reino Unido da União Europeia.

 

Perante um cenário de desaceleração para a Zona Euro (1,6% em 2018), o FMI  sugere que o BCE mantenha uma actuação "acomodatícia", admitindo mesmo que possam ser necessárias medidas adicionais de estímulo à economia caso a inflação se mantenha, como o Fundo prevê, abaixo da meta de 2%. O FMI recomenda ainda iniciativas coordenadas com vista à "limpeza" do crédito malparado dos balanços dos bancos; estímulos orçamentais onde houver margem para os concretizar, caso que diz ser o da Alemanha; e uma aceleração das reformas estruturais com vista a aumentar o potencial de crescimento no Velho Continente.

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Para Portugal, o Fundo mostra-se mais optimista, antecipando uma aceleração do PIB para 1,7% neste ano, em linha com a média projectada para a Zona Euro. Em contrapartida, prevê que se trate de um fenómeno passageiro, antecipando uma desaceleração da economia portuguesa em 2018, para 1,5%, de novo abaixo da média europeia.

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Leia o relatório do FMI:

FMI: Economia mundial ganha ritmo depois de 2016 "decepcionante"
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