Covid-19: Mortes ainda não deixam acabar com restrições
O Governo esperava que esta semana as mortes por covid-19 ficassem abaixo do limiar para eliminar as restrições restantes, mas isso ainda não aconteceu. Possibilidade de uma sexta vaga da pandemia na Europa (e Portugal) leva ministra da Saúde a falar de prudência.
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O número ainda elevado de mortes por covid-19 está aquém da meta definida pelo Governo para eliminar as restrições anti-pandemia que ainda restam. Depois de, a 17 de fevereiro, o Governo ter reduzido as restrições contra a covid-19 a um mínimo , a ministra da Presidência prometeu avançar com uma segunda fase de alívio de medidas, que implicaria o "levantamento de todas as restrições" com base num único indicador: quando o número de mortes por covid-19 ficasse abaixo das 20 por milhão de habitante nos últimos 14 dias. Este indicador é usado pelo Centro Europeu do Controlo de Doenças, mas não tem sido utilizado de forma preferencial na monitorização da covid-19 em Portugal (embora seja abordado pelas autoridades de saúde). Quando prometeu este alívio, a ministra Mariana Vieira da Silva apontou como calendário as cinco semanas – sendo essa a estimativa dos especialistas. Ou seja, a redução do número de mortes abaixo desse limiar deveria acontecer esta semana (mais precisamente na quinta-feira). No entanto, os dados não apontam nesse caminho. Segundo os dados mais recentes da Direção-Geral da Saúde, de 18 de março, o número de mortes a 14 dias por milhão de habitantes era de 24. Recorde-se que a DGS começou a divulgar os números da covid-19 em Portugal semanalmente – e o próximo relatório está previsto para esta sexta. Desde o início de dezembro que o número de novas mortes está acima deste limiar. No entanto, desde meados de fevereiro que o indicador tem vindo a diminuir e há quase duas semanas que está abaixo dos 30. É também isso que diz o relatório de acompanhamento de monitorização das autoridades de saúde: "A mortalidade específica por covid-19 apresenta uma tendência decrescente".
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