Seis em cada 10 novos casos de covid-19 após o desconfinamento são em Lisboa
Os casos na Área Metropolitana de Lisboa aumentaram 90,9% desde o início do desconfinamento, a 4 de maio.
Desde o início do desconfinamento, a 4 de maio, e até 31 de maio, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) registou um aumento de 90,9% no número de casos de covid-19, passando de 4.781 para 9.129 pessoas infetadas com o novo coronavírus. Esta subida significa que 60,65% dos novos casos registados foram na AML. Já a média nacional subiu de 2,48 para 3,16 casos por mil habitantes.
E em metade dos 18 municípios da AML o aumento de casos superou as duas centenas nestas quatro semanas.
Esta evolução levou a que a incidência da covid-19 na AML tenha passado dos 1,68 casos por mil habitantes a 4 de maio, abaixo da média nacional de então de 2,48 casos por mil pessoas, para 3,21 infetados por mil residentes, superando a média do país (3,18).
Se antes do desconfinamento a AML pesava apenas 18,7% no total de casos, apesar de representar 27,7% da população portuguesa, a 31 de maio os casos na região eram já 27,9% do total.
Lisboa foi o concelho com mais novos casos: 842, o que traduz um incremento de 53,7%. No entanto, a autarquia da capital é também, por larga margem, o concelho mais populoso do país. Mas a incidência na cidade aumentou de 3,09 para 4,75 casos por mil habitantes.
Ainda com subidas acima de 500 casos contam-se os municípios de Loures, com 656 novos casos, o que representa um aumento de 160%, Sintra, com 555 casos e uma subida de 89,8%,e Amadora, com 513 casos e um crescimento de 147,4%.
Odivelas (mais 321 casos e uma subida de 131,6%), Cascais (+232, 67,6%), Seixal (+220, 133,3%), Vila Franca de Xira (+216, 109,6%) e Oeiras (+213, 92,6%) registaram mais de 200 casos ao longo destas quatro semanas.
Em todo o país, apenas mais sete concelhos viram o número de casos aumentar acima da centena, sendo que dois – Almada e Barreiro – se situam na AML. Os restantes municípios foram Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Coimbra, Braga e Lousada.
Sendo o município menos populoso, com cerca de 47 mil habitantes, Lousada foi o concelho onde a incidência mais cresceu, passando de 4,81 casos para 7,2 casos por mil residentes.
A Área Metropolitana do Porto (AMP), onde reside 16,8% da população portuguesa, tinha um peso desproporcional no total de casos de covid-19 a 4 de maio: 33,4%. No final de maio o seu peso no número de infetados já tinha baixado para 28,6%.
Aliás, o aumento de casos na AMP desde o desconfinamento é apenas ligeiramente superior ao registado no concelho de Lisboa.
Entre 4 e 31 de maio a Área Metropolitana do Porto contabilizou 844 novos casos.
O concelho com maior incidência continua a ser Ovar, com 12,23 casos por mil habitantes. O concelho, que esteve sob um cerco sanitário, viu 89 novos casos desde 4 de maio.
Apenas outro município apresenta mais de 10 casos por milhar de residentes: Vila Nova de Foz Côa, em que os 72 casos representam 11 por cada mil pessoas.
Fortes aumentos não se limitaram à região de Lisboa
Se nos últimos tempos as atenções têm estado focadas nos surtos na região de Lisboa, que levaram mesmo ao adiamento da abertura dos centros comerciais, a verdade é que existem outros municípios com evoluções preocupantes.
Por exemplo, Condeixa-a-nova registou 84 novos casos nestas quatro semanas, elevando a incidência dos 4,03 para 8,81 infetados por mil residentes. Também em Lousada os 112 novos casos fizeram a média no concelho aumentar de 4,8 para 7,2 casos por mil habitantes.
Já em Alenquer os casos por mil pessoas passaram de 0,5 para 2,13. Neste período o município registou 71 novos casos. E na Azambuja, onde se registaram surtos em unidades logísticas, o número de casos subiu em 61, elevando os casos por milhar de habitantes dos 0,94 para 3,65.
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