Os municípios da região autónoma dos Açores e o Interior Norte do país são dos que têm menos população residente a ter de se deslocar para trabalhar noutros territórios. Ou seja, conseguem empregar mais população residente, embora não tenham os mercados de trabalho mais dinâmicos. A conclusão é dos Censos 2021, cujos dados definitivos foram apresentados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados dos Censos revelam que a "taxa de repulsão de empregados" – que mede a proporção de população empregada que tem de sair do município onde reside para ir trabalhar noutro – era, em 2021, mais baixa no concelho de Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, nos Açores (5,1%). Essa taxa é igualmente baixa na maioria dos municípios dessa região, com Corvo (5,5%) e Horta (6,8%) a completavam o top 3 da lista nacional dos concelhos com menos população residente a deslocar-se para outro para ir trabalhar, até pelas óbvias questões de geografia.

Também os municípios situados no Interior Norte do país registam "taxas de repulsão de empregados" mais baixas. É o caso de Bragança, com 10% de trabalhadores residentes a terem de se deslocar para outros municípios e que ocupa o sexto lugar da tabela, atrás de Porto Santo e Santa Cruz da Graciosa (com a quarta e quinta posição, respetivamente).

Na região do Interior Norte, destacam-se também os municípios de Freixo de Espada à Cinta (com uma taxa de repulsão de 11,6%), Chaves (13%), Miranda do Douro (14,4%), Vila Nova de Foz Côa (15%).

Por outro lado, Vila Nova da Barquinha, no distrito de Santarém, tem a mais elevada taxa de repulsão, com 64,5% da população residente a ter de sair do município para ir trabalhar. Com uma taxa acima dos 50%, aparecem também os municípios de Alcochete, Amadora e Oeiras, que integram a área metropolitana de Lisboa, bem como a Maia, na área metropolitana do Porto.

Em termos absolutos, Sintra é o município de onde saíam mais trabalhadores para exercerem a sua atividade profissional noutros municípios: cerca de 85 mil indivíduos. Seguem-se Vila Nova de Gaia (51 mil) e Loures (46 mil), o que evidencia que, tendo em conta a população residente, estas são das autarquias menos dinâmicas do país em termos de emprego.