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Afeganistão: Banco Central diz que reservas de nove mil milhões de dólares estão no exterior

O acesso às reservas poderá ser complicado, tendo em conta que os talibãs são um grupo terrorista sancionado pelos Estados Unidos.

Cabul, Afeganistão
Cabul, Afeganistão
18 de Agosto de 2021 às 12:43

O governador do Banco Central do Afeganistão disse esta quarta-feira que o país tem cerca de nove mil milhões de dólares (7,6 mil milhões de euros) em reservas no exterior e não em dinheiro em território afegão. Ajmal Ahmady adiantou na rede social Twitter que a maioria daquele valor -- cerca de sete mil milhões de dólares (5,9 mil milhões de euros) -- são títulos, ativos e ouro da Reserva Federal dos Estados Unidos.

O responsável disse que a posse de dinheiro vivo no Afeganistão "está próxima do zero", pois o país não recebeu uma entrega planeada na semana passada devido à ofensiva dos talibãs em curso. "A próxima remessa nunca chegou", escreveu. "Parece que os nossos parceiros tinham boas informações sobre o que iria acontecer", adianta.

Ahmady observa que a falta de dólares levará provavelmente à depreciação da moeda nacional (afegâni) e ao aumento da inflação, prejudicando os mais pobres no país. O acesso às reservas poderá ser complicado, tendo em conta que os talibãs são um grupo terrorista sancionado pelos Estados Unidos, refere a agência norte-americana Associated Press.

Os "talibãs venceram militarmente -- mas agora têm de governar", indica Ahmady, adiantando: "Não é fácil". O Governo alemão anunciou na terça-feira a suspensão da sua ajuda ao desenvolvimento ao Afeganistão, controlado desde domingo pelo grupo extremista talibã.

"A cooperação para o desenvolvimento do Governo está atualmente suspensa", disse o ministro do Desenvolvimento alemão, Gerd Müller, durante uma entrevista ao jornal regional Rheinische Post. A Alemanha, um dos principais doadores do Afeganistão, já tinha dito, na quinta-feira passada, que não iria disponibilizar nem "mais um cêntimo" de ajuda ao desenvolvimento se os talibãs assumissem o controlo do país.

Os talibãs entraram na capital do Afeganistão, Cabul, no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO. A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão e representou um regresso do movimento extremista ao poder, que deteve entre 1996 e 2001 e de onde foi afastado precisamente pelos Estados Unidos.

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