Banco Central da Rússia desce juros e revê em baixa crescimento do PIB para 0,5% a 1%
O BCR reduziu novamente as previsões de crescimento, agora estimando um crescimento entre 0,5% e 1% para 2025, contra a estimativa anterior de entre 1% e 2%.
O Banco Central da Rússia (BCR) reduziu esta sexta-feira a taxa diretora de 17% para 16,5% e reviu em baixa o crescimento da economia russa para entre 0,5% e 1% em 2025, foi hoje anunciado.
Num comunicado hoje divulgado, o Banco Central também indicou que a inflação permanecerá alta por mais tempo do que o previsto no país e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será menor, sugerindo que a economia russa está a perder o fôlego após dois anos de rápida expansão impulsionada pelos gastos militares relacionados com o conflito na Ucrânia.
A economia russa "continua a retomar o crescimento equilibrado", estimou o Banco Central da Rússia.
O BCR reduziu novamente as previsões de crescimento, agora estimando um crescimento entre 0,5% e 1% para 2025, contra a estimativa anterior de entre 1% e 2%.
O aumento dos gastos permitiu à Rússia frustrar as previsões de que as sanções ocidentais maciças tomadas contra o país fariam a economia entrar em colapso.
Mas esses gastos também levaram a um aumento da inflação, forçando o BCR a subir a taxa diretora para um nível muito alto, 21%, em outubro passado, e depois a reduzi-la lentamente.
O BCR também indicou hoje que a inflação, em torno de 8%, permanecerá alta por mais tempo do que o previsto.
"O Banco Central estima globalmente que poderíamos testemunhar uma estagnação económica muito severa no próximo ano", comentou o analista Evguéni Kogan no Telegram após a decisão do Banco Central da Rússia de reduzir a taxa diretora.
A desaceleração do crescimento exerce pressão sobre as já tensas finanças públicas da Rússia, cujo défice orçamental é de cerca de 50.000 milhões de dólares (43.000 milhões de euros) desde o início do ano.
O Ministério das Finanças russo propôs aumentar o IVA de 20% para 22% a partir do próximo ano.
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