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China e EUA suspendem por um ano taxas portuárias mútuas

A suspensão das taxas que foram impostas em outubro, no âmbito da última crise comercial, entra em vigor esta segunda-feira.

Os analistas alertaram que as taxas aumentariam os custos do transporte e causariam alterações nas rotas.
Os analistas alertaram que as taxas aumentariam os custos do transporte e causariam alterações nas rotas. Luís Guerreiro
10:13

A China e os Estados Unidos irão suspender a partir de segunda-feira as taxas portuárias mútuas impostas em outubro, no âmbito da última crise comercial anterior aos acordos assinados pelos presidentes dos dois países, Xi Jinping e Donald Trump.

Concretamente, conforme indicado no final de outubro pelo Ministério do Comércio chinês, essas taxas serão suspensas por um ano após Washington suspender, em 10 de novembro, as suas investigações contra os setores marítimo, logístico e de estaleiros do gigante asiático.

Estas "taxas portuárias especiais" dirigidas a navios norte-americanos foram anunciadas em 10 de outubro pelo Ministério dos Transportes chinês em resposta a uma medida semelhante anunciada pelos EUA em abril contra para chineses, tendo ambas entrado em vigor apenas quatro dias depois.

Desde 14 de outubro, a China tem aplicado tarifas adicionais por cada viagem a navios de propriedade, operação ou bandeira americana, bem como aos construídos nos Estados Unidos ou pertencentes a empresas com, pelo menos, 25% de capital americano.

As taxas que estavam a ser aplicadas eram de 50 dólares (cerca de 43,20 euros) por tonelada líquida aos navios chineses que entravam nos portos americanos, valor que aumentaria 30 dólares por ano até 2028, e de 56 dólares aos navios dos EUA que chegavam aos portos da China, aumentando gradualmente até 157 dólares também até ao referido ano.

Tanto representantes do setor como analistas alertaram que estas taxas aumentariam os custos operacionais do transporte e causariam alterações nas rotas ou reduções nos volumes de carga num setor já pressionado pelo aumento do preço dos combustíveis e pela fraqueza do comércio global.

De acordo com cálculos da consultora do setor, Alphaliner, citados pela agência EFE, se a medida fosse mantida, as dez maiores companhias marítimas corriam o risco de pagar até 3,2 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) em taxas americanas em 2026, dos quais a estatal chinesa Cosco teria assumido cerca de 1,53 mil milhões (1,3 mil milhões de euros).

Além das taxas portuárias, a China e os EUA também concordaram em reduzir algumas das tarifas anunciadas nos últimos meses, suspender algumas restrições às exportações - por exemplo, as anunciadas pela China para terras raras em outubro - ou relançar o comércio agrícola.

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