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Défice externo até março atinge máximos desde o início do século

Os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o défice da balança comercial de bens aumentou 1.290 milhões de euros em março, face ao mesmo mês de 2021

exportaçoes, contentores
exportaçoes, contentores Paulo Duarte
10 de Maio de 2022 às 21:28

Embora as exportações de bens tenham crescido 18,2% no primeiro trimestre, Portugal continua a comprar mais ao estrangeiro do que a vender. A tendência agravou-se com o conflito na Ucrânia e a subida da inflação, que levou a um encarecimento dos bens importados e a um menor apetite dos principais parceiros comerciais pelas exportações portuguesas. A confirmar isso, o défice comercial de bens disparou para 6.646 milhões de euros até março, um valor que não se via desde pelo menos o ano 2000.

Os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que o défice da balança comercial de bens aumentou 1.290 milhões de euros em março, face ao mesmo mês de 2021, atingindo 2.415 milhões de euros.

Contas feitas, o défice comercial acumulado, desde o início do ano até março, atingiu um valor superior ao atingido durante a crise de 2011, que levou o país a pedir ajuda internacional. Nessa altura, o défice foi de 4.801 milhões, quase menos 2 mil milhões do que o deste ano. Esse agravamento do défice comercial deverá adiar a esperada correção da balança comercial para mais tarde, podendo ficar apenas para o ano que vem.

Excluindo o peso dos combustíveis e lubrificantes, o défice foi 1.447 milhões, mais 599 milhões de euros relativamente a março de 2021. Isso revela que a subida dos preços dos combustíveis explica grande parte do défice comercial de bens registado no primeiro trimestre. Além disso, tendo em conta que março foi o primeiro mês completo desde o início da guerra na Ucrânia, poderá estar já refletido nestes dados o impacto do conflito na economia nacional, ainda que Portugal não seja um dos principais parceiros comerciais da Ucrânia ou da Rússia.

No primeiro trimestre deste ano, as exportações aumentaram 18,2% e as importações cresceram 36,8% em relação a igual período de 2021. Comparando com o primeiro trimestre de 2020, as exportações e as importações aumentaram 25,6% e 29,0%, respetivamente. 

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