Ernst Welteke, membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, desvalorizou hoje a apreciação do euro face ao dólar, afirmando que o seu impacto sobre as empresas europeias e a economia está a ser sobrestimado.

O também presidente do Bundesbank – o banco central da Alemanha – afirmou que a subida no índice de confiança dos empresários mostra que as companhias europeias podem lidar com a actual cotação do euro, que ontem atingiu um máximo histórico nos 1,2438 dólares.

«O índice de confiança do Ifo (que mede o optimismo dos empresários e atingiu um máximo de três anos em Novembro) mostra que o efeito da taxa de câmbio na economia real está actualmente a ser sobrestimado», afirmou o responsável numa entrevista à Bloomberg TV.

Welteke afirmou que o crescimento da economia europeia «está muito mais dependente do desenvolvimento da economia mundial como um todo, do que esta ou aquela taxa de câmbio».

Acentua-se assim a divergência, entre o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia, acerca do efeito da apreciação do euro. Romano Prodi, presidente da CE, disse ontem que a valorização do euro pode atrasar a retoma da economia europeia.

Welteke repetiu os últimos comentários dos responsáveis da autoridade monetária da Zona Euro, sugerindo que o BCE não está preocupado com a elevada taxa de câmbio da moeda única.

Welteke disse mesmo que os membros do Conselho de Governadores do BCE não discutiram um nível específico para o euro na última reunião da autoridade monetária.

As bolsas europeias têm reagido com quedas às últimas apreciações do euro, pois os economistas explicam que esta valorização da moeda única penaliza os resultados das empresas exportadoras. As vendas das empresas da área do euro para o estrangeiro representam cerca de 20% da economia da Zona Euro.

O euro seguia hoje a corrigir 0,62% para os 1,2350 dólares