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Fitch corta "rating" da Espanha e da Itália (act.)

Vulnerabilidade dos dois países à crise da Zona Euro é uma das justificações para a redução da notação financeira da dívida dos países. Os cortes podem não ficar por aqui.

07 de Outubro de 2011 às 17:25

O crédito do "rating" de Itália caiu de "AA-" para "A+", uma descida de um nível.

Já a redução da notação espanhola é superior: desce dois níveis, de "AA+" para "AA-".

A vulnerabilidade dos dois países à intensificação da crise da dívida soberana na Zona Euro representa um "risco significativo" para as duas economias e é indicada como um motivo comum para o corte do "rating".

As razões para o corte de Espanha

A Fitch explica que há duas razões essenciais para o corte da dívida soberana espanhola, depois de a ter colocado sob revisão em Março de 2011.

O primeiro passa pela "intensificação da crise da dívida na Zona Euro". A volatilidade no mercado de dívida, que obrigou o Banco Central Europeu (BCE) obrigações da dívida espanhola, é a prova de que o país sofreu com a intensificação da crise, na opinião da Fitch.

O segundo motivo para a descida da classificação de risco de Espanha passa pelo desempenho orçamental dos governos regionais, que põem em risco a consolidação orçamental da nação.

"Apesar das importantes medidas já adoptadas pelo governo, vão ser necessárias mais reformas estruturais para assegurar a competitividade e a produtividade da economia", escreve o documento cujo analista principal é Douglas Renwick.

O "outlook" da dívida do país gerido por José Luis Zapatero (na foto) é "negativo", o que indica que pode vir a descer ainda mais. Essa acção depende da crise da dívida e da possibilidade de derrapagens orçamentais que coloquem em perigo as metas de défice orçamental definidas.

As razões para o corte de Itália

Depois da descida do "rating" da dívida da Itália pela Standard & Poor’s e pela Moody’s, segue-se a Fitch.

A agência de classificação de risco escreve, num relatório que tem como analista principal David Riley, que a intensificação da crise da dívida "constitui um choque económico e financeiro que enfraqueceu o perfil de risco soberano de Itália".

O elevado nível de dívida, as necessidades de financiamento e o baixo potencial de crescimento de Itália são motivos para a vulnerabilidade da nação a uma crise externa, considera a Fitch.

Apesar disso, a agência de classificação de risco declara que é expectável que a meta de défice de Itália seja alcançada, também devido às medidas incluídas no Orçamento apresentado no início de Setembro – documento que mostra o "reconhecimento político alargado da necessidade da consolidação orçamental e da redução do encargo com a dívida pública na economia".

A perspectiva "negativa" em que a dívida de Itália é colocada passa, tal como no caso espanhol, pelos riscos de intensificação da crise da dívida e pelas possíveis derrapagens orçamentais.

A Fitch salienta, contudo, que a Itália, enquanto terceira nação do euro, apresenta um sistema financeiro "resiliente", que não está exposto à dívida de países periféricos, ao contrário das suas congéneres europeias.

(notícia actualizada às 18h00 com os motivos para o corte de "rating")

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