João Cravinho: Scut não foram resultado de política irresponsável
O antigo ministro socialista João Cravinho negou hoje que a criação das SCUT (auto-estradas sem custos para o utilizador) há 14 anos fosse resultado de uma política irresponsável, uma vez que elas também existiam noutros países da Europa.
Em declarações à agência Lusa, à margem de um congresso sobre a União Europeia, João Cravinho - que era ministro quando as Scut foram criadas em 1997, no governo de António Guterres - admitiu que errou ao dizer que as Scut seriam vias sem custos para o utilizador.
"O meu grande erro na questão das Scut foi ter dito que era sem custo para o utilizador. Tinham custos, só não tinham era portagens. Dos impostos rodoviários que existem para financiar o sistema rodoviário apenas 25% é utilizado para esse fim, os restantes 75% são aplicados em tudo o resto", argumentou.
Um diploma publicado na segunda-feira em Diário da República estabelece o pagamento de portagens nas concessões Scut do Algarve (A22), da Beira Interior (A23), no Interior Norte (A24) e na Beira Litoral e Alta (A25) a partir de 8 de Dezembro.
"Nesta altura evocando-se um estado de necessidade vai-se buscar dinheiro onde ele possa existir. Com um argumento bom ou mau o que interessa é ir buscar dinheiro. Outra coisa diferente é criticar a ideia inicial das Scut que era a de criar vias modernas que pudessem ter um serviço de alta qualidade, sem portagens", reiterou.
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