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"Noroeste Global" junta-se por investimento e para investigar

Braga, Guimarães, Porto e Aveiro ligados em plataforma de cooperação que dará também estratégia de marketing à macro-região que é a principal origem das exportações e onde vivem um em cada três portugueses continentais.

Ricardo Castelo/Negócios
22 de Julho de 2014 às 13:01

Afirmar o "valor estratégico" da macro-região do Noroeste para a economia nacional, aumentando a sua capacidade de inovação e internacionalização através de um ecossistema que promova sinergias entre os centros de conhecimento e as empresas e colocando as próprias cidades a competir por investimentos, talentos e turistas. É esta a missão da plataforma de cooperação que será assinada ao início da tarde desta terça-feira, 22 de Julho, e apadrinhada pelo secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Castro Almeida. 

Constituída pelas Universidades do Minho, Aveiro, Porto e Católica, os municípios de Braga, Guimarães, Porto e Aveiro e ainda a estrutura empresarial COTEC, entre as acções concretas estão a identificação de oportunidades de investimento com o sector privado e as candidaturas conjuntas ou alinhadas a projectos de investigação internacional ou financiados por fundos europeus. Outra das "competências específicas" será na área da comunicação e do marketing, com uma estratégia conjunta de promoção e divulgação dos resultados através da imagem "Noroeste Global".

Esta designação surge como título de um livro coordenado por Félix Ribeiro e João Ferrão – encomendado e financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian –, sobre este território com 3,7 milhões de habitantes que abrange as sub-regiões Minho-Lima, Cávado, Ave, Grande Porto, Tâmega, Entre Douro e Vouga, e Baixo Vouga. E que é a principal origem das exportações nacionais, organizadas em "clusters" consolidados (alimentar e medidas, habitat, têxtil, cortiça, calçado, componentes de automóvel, estruturas e equipamentos), a que se juntam grandes empresas nos sectores da refinação de petróleo, petroquímica, química pesada, siderurgia e fabrico de pasta e papel.

Internacionalizar os "clusters" do conhecimento

Neste manual, que será também apresentado esta tarde no Círculo Universitário do Porto, os autores destacam que aqui "tem vindo a desenvolver-se uma rede de colaborações, sem paralelo no País, entre o tecido empresarial, os centros de conhecimento e as entidades de transferência de tecnologia". Algo que, detalham, contribuiu "decisivamente" para o surgimento de "proto clusters" em áreas como redes eléctricas inteligentes; automação e robótica; engenharia automóvel, aeronáutica e espacial; comunicações, navegação e electrónica; software de gestão empresarial; conteúdos digitais, multimédia e comunicação interactiva; biomédica, saúde e bem-estar; ou agricultura de especialidades.

Ora, acelerar a internacionalização destes "proto clusters" através da exportação de conteúdos e da atracção de investimento estrangeiro é uma das propostas deste estudo, que sugere ainda o apoio a uma "nova vaga de cooperação" e inovação de modelos de negócio no seio dos "clusters" consolidados ou o reforço da atractividade de fluxos turísticos para levar esse dinamismo também ao Interior das regiões Norte e Centro.

No campo da agricultura intensiva de produção de especialidades, o estudo propõe que neste território, que se estende por 10.800 km2 na faixa Litoral, ela seja transformada num "cluster" orientado para o mercados externos e para o abastecimento da grande distribuição, até porque pode ao mesmo tempo "absorver o desemprego" gerado em indústrias tradicionais, como a construção.

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