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Montenegro afasta regionalização: "Não é oportuno"

"Esta não vai ser uma legislatura onde a regionalização seja prioridade", assumiu o primeiro-ministro no congresso da Associação Nacional de Municípios. Acena ainda com correções no modelo de descentralização de Costa.

Luís Montenegro participou no encerramento do congresso da ANMP
Luís Montenegro participou no encerramento do congresso da ANMP Estela Silva/Lusa
17:57

A regionalização não avança nesta legislatura e há espaço para corrigir problemas no modelo de descentralização desenhado pelo anterior Executivo de António Costa. Foram estas as duas garantias que o primeiro-ministro deixou no encerramento do congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que decorreu este fim de semana em Viana do Castelo.

"Esta não vai ser uma legislatura onde a regionalização seja uma prioridade", assumiu Luís Montenegro perante os novos autarcas eleitos em outubro, frisando que "o primeiro-ministro considera que este é um tempo inadequado para esse avanço". "Inoportuno mesmo", vincou.

No entender do chefe do Executivo, "o processo de descentralização tem de ser aprofundado no espírito do municipalismo e da capacidade associativa  intermunicipal". "Quero que fique claro para que na nossa relação não subsistam equívocos e para que não nos andemos a enganar uns aos outros."

Depois de afastar o cenário de descentralização, Montenegro deixou também farpas ao modelo de descentralização seguido pelo anterior governo do socialista António Costa. "Ouvi o que se disse neste congresso e tendo ouvido concordo que não é o melhor caminho que da descentralização decorra uma atribuição apenas de tarefas aos municípios", começou por elencar. E foi mais longe na crítica ao passado: "os municípios tarefeiros não são o modelo de descentralização que pretendemos."

Para Montenegro, "descentralizar é dar a competência para decidir, confiar que [a câmara] tem capacidade para assumir a decisão", pelo que, sublinhou, na transferência de competências para os municípios "é preciso que haja transparência e previsibilidade na relação financeira". "Não é indiferente, capacidade de gestão implica responsabilidade e capacidade financeira", frisou, abrindo portas a mudanças no atual modelo.

"Na parte da descentralização, a nossa intenção é ir mais longe. É podermos aproveitar para tirarmos as ilações sobre o que foi feito até aqui sobre o conteúdo das competências atribuídas aos municípios, se bem ou se mal, se com a dimensão certa", referiu.

Novo presidente da ANMP pede país mais coeso

Já o novo presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Pedro Pimpão, desafiou o Governo para um novo pacto entre o Governo e o poder local, prometendo a parceria dos municípios na construção de um país mais coeso e justo, citado pela Lusa.

"Os municípios são o nível de poder mais próximo das pessoas, são a primeira porta onde se bate, a primeira esperança a que se recorre, o primeiro motor do desenvolvimento e do progresso das nossas comunidades. Portugal precisa de um novo pacto entre o Governo e a administração local", defendeu.

Na sessão de encerramento do XXVII Congresso da ANMP, Pedro Pimpão aproveitou a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, para lhe lançar o repto de assumir a associação como o seu principal parceiro estratégico: "um parceiro estratégico exigente e determinado na construção de um país mais coeso, mais moderno e mais justo". 

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