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OCDE corta previsão de crescimento na Zona Euro para 0,6%

Perspetivas de crescimento mundial são melhoradas, para 3%, mas espaço da moeda única vê cenário agravado. Organização está ligeiramente mais pessimista que Bruxelas ou BCE.

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Europa, União Europeia, UE, bandeiras, zona euro, banco central europeu Michele Tantussi /Reuters
19 de Setembro de 2023 às 10:00

Depois de Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE), é agora a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) a rever em baixa as previsões de crescimento para a Zona Euro.

 

As previsões económicas intercalares da organização, divulgadas nesta terça-feira, apontam para uma expansão do PIB das economias da moeda única que não irá além de 0,6% em 2023. São menos três décimas do que os 0,9% de crescimento que a OCDE esperava em junho.

 

Esta é também a previsão mais baixa na ronda de revisões iniciada pela Comissão Europeia nas previsões intercalares de verão (espera agora 0,8% de crescimento) e prosseguida na última semana pelo BCE (0,7%).

 

Tem sido sobretudo a degradação das condições económicas na Alemanha – e, principalmente, na atividade industrial -  a motivar o maior pessimismo para o espaço da moeda única. A OCDE não foge às expectativas de contração germânica, e admite um recuo de 0,2%. Vê, ainda assim, uma quebra menos profunda do que aquela que é esperada por Bruxelas, que apontou para uma redução de 0,4% no PIB real da Alemanha neste ano.

 

As projeções individuais da OCDE para  os países do grupo do euro, contudo, só visam as maiores economias - além de Alemanha, França, Itália e Espanha – não permitindo perceber como o quadro europeu mais negativo se está a refletir nas previsões para países como Portugal.

 

De entre as economias analisadas, tal como a Alemanha, também a Itália surge com cenário agravado (apenas 0,8% de crescimento). Já França e Espanha têm previsões ligeiramente melhoradas, para 1% e 2,3% de subida no PIB em 2023, respetivamente.

 

Com o efeito das subidas de juros pelo BCE, o OCDE indica que o maior abrandamento reflete a maior dependência do financiamento bancário no espaço do euro, assim como também o impacto do choque de preço das energia do ano passado que começa agora a surtir maior efeito nos rendimentos das famílias, deprimindo o consumo.

 

Também para 2024 se avista um cenário mais sombrio: 1,1% de subida no PIB da moeda única, e já não os 1,5% esperados em junho.

 

A revisão em baixa para a Zona Euro contrasta com as perspetivas melhoradas dos Estados Unidos. A OCDE espera 2,2% de crescimento em 2023, mais seis décimas do que antecipava em junho, num momento em que as poupanças feitas pelas famílias durante a pandemia continuam a proteger o PIB norte-americano das condições financeiras mais restritivas ditadas pela Reserva Federal. Para 2024, esta folga para a manutenção da procura já deverá estar esgotada, com a previsão de crescimento a ficar em 1,3% (ainda assim, acima de 1% esperados há três meses).

 

Entre as chamadas economias avançadas, o Japão está também entre os países com perspetivas melhoradas, com a OCDE a espera 1,8% de crescimento neste ano e 1% no próximo.  Já entre as economias emergentes, destaca-se o Brasil, com uma muito significativa revisão em alta de 1,7 pontos percentuais neste ano, para 3,2% de subida de PIB. Em 2024, deverá crescer 1,7%.

 

Em termos globais, afinal, o cenário para este ano até melhorou, apesar de ainda haver abrandamento pela frente. O PIB mundial deverá expandir-se em 3%, mais três décimas do que era previsto em junho. Para 2024, porém, a desaceleração prossegue para os 2,7%.

 

Mas continuam a prevalecer riscos negativos no horizonte, e um deles é o de um abrandamento mais pronunciado na economia chinesa, que levaria a revisões consideráveis no crescimento do PIB mundial. A possibilidade de um aperto financeiro maior do que aquele que já se verifica, com mais subidas de juros, também poderá, no limite, conter o crescimento da economia mundial nos 2%.

 

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