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Autarcas querem prorrogação do prazo para execução do PRR

Associação de Municípios defende negociação com Bruxelas para adiar prazo limite num momento em que estão executadas 41% das verbas do programa.

Pedro Pimpão, novo presidente da Associação Nacional de Municípios, eleito em congresso, em Viana do Castelo
Pedro Pimpão, novo presidente da Associação Nacional de Municípios, eleito em congresso, em Viana do Castelo Estela Silva/Lusa
11:14

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) defendeu este domingo a negociação, com a Comissão Europeia, do adiamento do prazo para o limite da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estando atualmente utilizados 41% das verbas.

"Para percebermos melhor o que está em causa, o PRR tem uma dotação total de 22,216 milhões de euros e, em meados de novembro, tinham sido executados financeiramente 9,7 milhões de euros (41%), o que significa que falta executar, até meados de 2026, cerca de 13 milhões de euros", avisam os autarcas, no documento Financiamento Local a que a Lusa teve acesso e que foi apresentado no XXVII Congresso da ANMP.

Assim, a ANMP propõe "a negociação, com a Comissão Europeia (CE), do adiamento do prazo limite para execução do PRR, mais do que justificado pelas condicionantes existentes no mercado e pela sobreposição de dois programas comunitários de financiamento".

No documento cujo relator foi Ricardo Leão, presidente da Câmara de Loures, a ANMP pede ainda que seja negociada, com a CE, a transferência das verbas não consumidas para o próximo período de programação 2028-2034.

Os municípios esperam ainda do Governo a "definição de estratégias alternativas para financiar as intervenções aprovadas pelo PRR que não estarão concluídas a tempo, designadamente escolas e centros de saúde".

"Poderá, para o efeito, considerar-se um mecanismo de financiamento semelhante ao adotado para a habitação (utilizando verbas do BEI e do OE)", apontam.

As autarquias querem também a "atualização em alta dos valores de referência/custos-padrão, de acordo com a inflação e com a evolução dos valores de mercado, dado que em diversas situações são considerados insuficientes e desatualizados (por exemplo: habitação, centros de saúde e creches/jardins de infância)".

Relativamente ao financiamento do Portugal 2030, dotado com 22,9 milhões de euros, em final de outubro o volume de pagamentos era de "apenas 2,8 milhões de euros (12% do total)".

"Fica a faltar executar 20,1 milhões de euros até 2030, com metas intermédias exigentes já no final deste ano e do próximo", avisam.

O presidente do Conselho Metropolitano do Porto (CmP), Pedro Duarte, disse na sexta-feira que vai pedir uma reunião ao ministro da Economia e Coesão Territorial para discutir a execução dos fundos comunitários, nomeadamente do PRR.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião do CmP, Pedro Duarte afirmou que a execução dos fundos comunitários é uma preocupação para os autarcas, sobretudo para aqueles que iniciaram recentemente funções na sequência das eleições autárquicas de 12 de outubro.

Na mesma reunião, o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Luís Filipe Menezes, considerou que, nesta matéria, o Governo "não pode lavar as mãos por completo" porque a "excessiva burocracia" não ajuda na execução dos fundos.

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