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Portugal desce para 37.º país mais competitivo do mundo, mas à frente de Espanha. Suíça segura trono

O Ranking de Competitividade Mundial do IMD 2025, divulgado em parceria com a Porto Business School, destaca os progressos do país nas infraestruturas e eficiência governativa, mas aponta desafios nas empresas e na economia.

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bandeira portugal Wolfram Kastl/AP
16 de Junho de 2025 às 23:01

Se no ano passado marcou o melhor desempenho desde 2021, este ano volta a descer um degrau. Portugal estabeleceu-se como o 37.º país mais competitivo do mundo, de acordo com o Ranking de Competitividade Mundial do IMD, ficando, pelo segundo ano consecutivo, à frente dos vizinhos Espanha (39.º) e Itália (43.º). Portugal destacou-se pelos desenvolvimentos feitos nas infraestruturas e na eficiência governativa, enquanto a eficiência empresarial e económica deixaram a desejar. A redução da dependência do turismo, a reforma dos serviços públicos e a integração da imigração são alguns dos desafios para o país apontados pelo IMD e pela Porto Business School (PBS). 

A descida de apenas um lugar no ranking deste ano reflete "uma base competitiva estável num contexto global adverso", indicam os resultados. E foram as infraestruturas que montaram a base para o desempenho de Portugal. O país subiu para o 25.º lugar neste segmento, a melhor pontuação entre os quatro fatores analisados: infraestruturas, eficiência governativa, eficiência empresarial e desempenho económico.

Para a subida no primeiro fator contou sobretudo a "manutenção dos bons resultados na educação", através da otimização nas infraestruturas básicas e científicas, assim como pelo crescimento populacional e pela taxa de escolarização no ensino secundário. 

Já os progressos nas finanças públicas, na política fiscal, no quadro institucional e na legislação empresarial fizeram com que Portugal saltasse seis posições para o 35.º lugar no que toca à eficiência governativa. O autor do estudo refere que o país se destaca pela "confiança dos investidores estrangeiros" e por ter um governo eleito de forma livre. No entanto, aponta a "carga elevada de impostos reais sobre as pessoas" e o sistema de justiça nacional como as maiores fragilidades neste segmento. 

Se o país conseguiu subir nestes dois âmbitos, ficou, no entanto, aquém na eficiência empresarial, descendo três posições para 42.º lugar. Um "desempenho misto", afirma o IMD, já que a produtividade, a eficiência e as finanças perderam força, enquanto o mercado de trabalho subiu ligeiramente. Aqui, Portugal destaca-se pela positiva no número de trabalhadoras do sexo feminino na força laboral e pela cultura nacional. Pela negativa ficam o desempenho dos mercados bolsistas, a fuga para o exterior de talento nacional e a falta de formação de trabalhadores nas empresas.

Também no desempenho económico o país desceu três posições, com pior performance da economia doméstica, que cai dez posições, à boleia da fragilidade no PIB real per capita e no desemprego jovem, aponta o ranking do IMD. 

O que torna Portugal atrativo?

Os resultados da sondagem recolhida junto de decisores empresariais indicam que a disponibilidade de mão-de-obra qualificada e a fiabilidade das infraestruturas são os dois fatores que mais contribuem para a atratividade do país no que toca a investimento e atividade económica. A esta lista junta-se ainda os custos, que o estudo diz serem competitivos, assim como o elevado nível de educação que a população portuguesa assegura. Do outro lado da tabela, a política fiscal é o fator que afasta a atratividade.

Portugal tem uma longa lista de desafios pela frente para se tornar mais competitivo do mundo nos próximos anos. Para a IMD e a PBS, tudo passa por diversificar a economia. Para tal, afirmam que é preciso reduzir a dependência do turismo e "exposição a choques externos". Depois, o estudo aponta para um reforço na educação e qualificação em áreas como a gestão, as tecnologias digitais e a aposta na transição verde. 

Os serviços públicos não ficam de fora da lista de prioridades. As duas entidades acreditam que a eficácia e sustentabilidade da economia portuguesa poderiam passar pela reforma de áreas críticas no setor público, sobretudo na saúde, justiça e educação. Na demografia, os desafios são, dizem, integrar a imigração e adotar políticas de natalidade de forma a inverter a tendência.

Quanto às empresas, o IMD e a PBS acreditam que é necessário rever as leis de falência e de reestruturação empresarial para fortalecer a competitividade do tecido empresarial. 

Suíça volta ao trono de mais competitivo 

O ranking de competitividade mundial do IMD avaliou, este ano, 69 economias, com a Suíça a recuperar o primeiro lugar da tabela, que no ano passado foi assumido por Singapura, que recua para segunda posição. O pódio é completado por Hong Kong. Segundo o estudo, "estes países destacam-se pela sua estabilidade institucional, capacidade de inovação e dinamismo económico".

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