Trump ameaça com despedimentos e cortes de subsídios sem acordo orçamental
Após uma reunião na Casa Branca sobre um acordo para prolongar o financiamento da administração pública ter terminado na segunda-feira sem acordo, o Presidnete dos EUA apresentou como praticamente inevitável uma paralisação da administração governamental federal.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou esta terça-feira com despedimentos de funcionários públicos e cortes de prestações sociais em caso de "provável" paralisação de agências governamentais por falta de acordo entre republicanos e democratas sobre o financiamento federal.
Após uma reunião na Casa Branca sobre um acordo para estender o financiamento da administração pública ter terminado na segunda-feira com grandes divergências entre líderes democratas e republicanos no Congresso, Trump apresentou hoje como praticamente inevitável uma paralisação da administração governamental federal.
"Podemos fazer coisas durante a paralisação que são irreversíveis, que são más para eles (democratas)", afirmou Trump na Sala Oval, a poucas horas do prazo do final de dia de hoje para ser alcançado um acordo.
Estas "coisas", adiantou, incluem "despedir um grande número de pessoas (funcionários públicos) ou cortar nos subsídios", que poderão ter um impacto duradouro.
Os responsáveis do governo Trump têm procurado responsabilizar a oposição democrata pela falta de acordo, apesar da ausência de iniciativa negocial dos republicanos.
O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, ameaçou repetidamente com uma paralisação se não fossem atendidas as exigências do seu partido de reposição de fundos para a saúde pública, cortados pelo pacote legislativo de Trump batizado pelo próprio de "grande e bela lei".
O pacote legislativo de Trump sobre isenções fiscais e cortes de despesas contempla poupanças no Medicaid e noutros programas públicos de assistência de saúde, que implicam que milhões de pessoas ficarão sem acesso aos mesmos.
O Senado norte-americano rejeitou a 19 de setembro um projeto-lei de financiamento temporário do estado aprovado anteriormente na câmara baixa do Congresso pelos republicanos, que imediatamente responsabilizaram os democratas por uma eventual paralisação parcial.
Apenas um senador democrata votou a favor do projeto-lei republicano, que reuniu 48 votos a favor (44 contra) e ficou assim bastante aquém dos 60 votos necessários para a sua aprovação, segundo as regras do Senado.
No Senado, a maioria republicana é de 53 lugares contra 47 dos democratas, e é necessário apoio de 60 senadores para aprovar o projeto, obrigando a captar sete votos da bancada da oposição.
Os democratas apresentaram uma proposta de financiamento alternativa que protegeria subsídios aos cuidados de saúde, mas a sua minoria em ambas as câmaras torna a sua aprovação quase impossível.
Antes da votação no Senado, a câmara baixa do Congresso, também de maioria republicana, aprovou um financiamento para sete semanas, entre 01 de outubro e 21 de novembro.
O projeto de lei, em geral, financiaria a administração pública aos níveis atuais, com algumas exceções - como mais 88 milhões de dólares para a segurança dos membros do Congresso, Supremo Tribunal e do governo, numa altura de crescentes ameaças sobre estes e do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk.
Antes do final do prazo, o Senado deverá votar hoje novamente a proposta republicana para manter temporariamente o financiamento durante sete semanas.
Sem qualquer sinal de evolução nas posições, o líder do Senado, o republicano John Thune, trocou hoje no plenário duras palavras com o líder democrata, Chuck Schumer.
Thune defendeu a resolução republicana aprovada pela Câmara, com Schumer a retorquir que a mesma foi aprovada sem consulta aos democratas.
"Não está a funcionar porque os líderes não quiseram discutir connosco", disse Schumer, acusando os republicanos de ignorarem as negociações bipartidárias.
Thune respondeu enfatizando a natureza temporária do projeto em cima da mesa e a oportunidade de mais debate antes do próximo prazo final de financiamento, a 21 de novembro.
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