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Ministro da Educação diz que "nunca pressionou" reitor da Universidade do Porto por vagas extra em Medicina

Num parecer, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) considerou que não havia base legal para a criação das vagas extra.

Ministro da Educação diz que 'nunca pressionou' reitor da Universidade do Porto por vagas extra em Medicina
Ministro da Educação diz que "nunca pressionou" reitor da Universidade do Porto por vagas extra em Medicina Miguel A. Lopes / Lusa - EPA
10:10

O Jornal que o reitor da Universidade do Porto (UP) diz ter recebido pressões de várias pessoas “influentes e com acesso ao poder”, mas sem referir nomes, para a entrada na Faculdade de Medicina de 30 candidatos num concurso especial de acesso.

“O ministro gostaria que isso fosse feito, mas eu disse-lhe: ‘Eu não o faço. Eu cumpro a lei. Se o senhor ministro entende que deve ser de outra maneira, dê-me a ordem e eu executo-a”, contou António Sousa Pereira ao semanário.

Num comunicado enviado às redações nesta sexta-feira, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação diz que o ministro Fernando Alexandre "nunca pressionou, de forma alguma, o reitor a admitir aqueles candidatos de forma irregular, nem sugeriu qualquer solução que violasse o enquadramento legal em vigor. É, por isso, falsa a acusação do Reitor da Universidade do Porto".

Em causa estão 30 alunos que se candidataram ao concurso especial de acesso para licenciados, para o curso de Medicina na Universidade do Porto, mas tiveram menos de 14 valores na prova de conhecimentos que é exigida no processo de seleção, segundo o Expresso. Numa primeira fase, foi publicada uma lista com 37 alunos cujas candidaturas tinham sido aprovadas, mas essa lista não tinha sido homologada.

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto abriu, para o ano letivo de 2025/2026, 37 vagas para este concurso especial, ao qual concorreram 50 candidatos. Apenas sete tiveram 14 valores na prova de acesso, o mínimo estipulado. Já depois de conhecidos os resultados do exame, a comissão de seleção do concurso, composta por seis professores da faculdade, “deliberou propor a aplicação excecional” de uma nota mínima de 10 valores (em vez dos 14 estabelecidos), avança o semanário, o que permitiria a entrada de mais 30 alunos.

Esta lista de candidatos acabou por não ser homologada pelo reitor da Universidade do Porto. “Não se podem alterar as regras a meio de um concurso para fazer entrar candidatos que não cumprem os requisitos”, justificou Sousa Pereira.

Segundo o comunicado enviado às redações, o "Ministro da Educação, Ciência e Inovação teve conhecimento da situação através de comunicação de candidatos excluídos e de uma sugestão, por escrito, do Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto para a criação de 30 vagas supranumerárias".

"Durante o telefonema [entre o ministro e o reitor], foi manifestada disponibilidade para a criação de 30 vagas supranumerárias, desde que, para o efeito, existisse base legal, o que mereceu a concordância do Reitor", lê-se no comunicado do Ministério. Mais tarde, num parecer, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) considerou que não havia base legal para a criação das vagas extra.

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