Nunca o mundo teve tantos bilionários. Heranças e novas empresas impulsionam fortunas
As fortunas crescem a olhos vistos e as heranças estão a ter um papel de maior destaque. Há também mais mulheres a tornarem-se bilionárias devido às heranças.
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São mais 287 mega fortunas que estão no mundo, elevando o número de bilionários (fortunas superiores a mil milhões de dólares) para um total perto de 2900. O relatório anual da gestora global de património UBS revela que este é o maior número já registado, impulsionado pelo número de bilionários "self-made" no último ano.
De acordo com os dados, estes novos bilionários elevaram a fortuna mundial para um recorde de 15,8 biliões de dólares, um aumento de 13% e o segundo maior crescimento anual desde 2021. Ora, 91 destas fortunas surgiram através de herança, dividindo 297,8 mil milhões entre eles, e os cálculos da UBS indicam que "pelo menos 5,9 biliões vão ser herdados por filhos nos próximos 15 anos".
"Uma nova e refrescante vaga de bilionários está a emergir. Num momento de grande incerteza geopolítica e económica, os empreendedores estão a inovar em grande escala em diversos setores e mercados. Ao fazê-lo, estão a criar riqueza", sustenta a análise da UBS.
"Considerando os empreendedores e os herdeiros em conjunto, o número de pessoas que se tornaram bilionárias pela primeira vez tem vindo a aumentar nos últimos quatro anos. Durante esse período, o número de bilionários aumentou mais de um quarto (27%), e a sua riqueza contribuiu com mais de um décimo (11,7%) para o total da riqueza", destaca.
Ora, das novas fortunas, 196 são de empreendedores "self-made", contabilizando uma riqueza de 386,5 mil milhões de dólares entre si. E as fortunas são transversais aos setores, desde software, restauração ou infraestrutura.
"Embora o número de novos bilionários que fizeram fortuna por conta própria tenha ficado em segundo lugar em relação a 2021 — quando 360 bilionários acumularam uma fortuna de 782,0 mil milhões —, as suas origens foram mais diversificadas. O aumento excepcional de 2021 resultou da valorização dos ativos num período de ampla liquidez financeira após a pandemia, enquanto o resultado de 2025 se deve à criação de empresas", sublinha.
Ainda nas heranças, o relatório da gestora admite que a região da Europa, Médio Oriente e África (EMEA) é a que agrega o maior número de bilionários de várias gerações. "Quatro em 10 (341) bilionários multigeracionais vivem nessa região, principalmente na Europa Ocidental, onde possuem ativos no valor de 1,7 biliões".
No entanto, as famílias na América acumulam fortunas maiores, mesmo que não sejam numerosas, especialmente nos EUA. "Os 300 multigeracionais das Américas possuíam ativos totais de 2,1 biliões de dólares em 2025, enquanto na Ásia-Pacífico havia 219 multigeracionais, responsáveis por 0,9 biliões de dólares".
O documento aponta ainda a existência de mais mulheres a tornarem-se bilionárias através de heranças, mais do que outra forma qualquer. "Das 43 mulheres que se tornaram bilionárias, 27 herdaram, enquanto 16 fizeram fortuna por conta própria", lê-se, dando como exemplo Marilyn Simons, viúva do gestor de fundos norte-americano Jim Simons.
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