Estratégia da UGT posta em causa
"Se quer mesmo saber o que vai acontecer na concertação social fale com o João Proença", ouviu-ao longo de anos, nos bastidores das negociações. Agora, o antigo protagonista admite que o tradicional papel da UGT pode estar comprometido. "O facto de o Governo estar muito dependente do apoio do PCP [ligado à CGTP] dificulta a negociação e a obtenção de acordos na concertação social. A aposta da UGT nos compromissos tripartidos está posta em causa", disse João Proença ao Negócios, na semana passada.
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Uma semana depois das eleições, no dia em que defendeu em entrevista uma solução de governo à direita, que passasse por um acordo com o PSD e o CDS, motivando reacções críticas de alguns dos seus sindicatos, Carlos Silva admitiu, em declarações ao Negócios, que ia avaliar se tinha condições para continuar à frente da UGT. A discussão continua. Esta quarta-feira, em declarações à TSF, o secretário-geral da UGT disse que a questão da liderança deve ser discutida no fórum próprio: um congresso.
O Governo tem dito que vai ouvir os parceiros sociais mas que não deixará de implementar o seu programa. "Se a CGTP, que é um em sete, tentar esvaziar a concertação social e tiver alguma capacidade de influência em sede parlamentar, a CIP não deixará, conjuntamente com os outros parceiros sociais, de tentar anular essa deslocalização", refere António Saraiva. O discurso do presidente da CIP faz por vezes lembrar o da CGTP. "Se nos obrigarem a ir para a luta não a rejeitaremos. Veremos em que condições e com que armas".
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