Governo convoca concertação social para discutir aumento do salário mínimo

António Costa anunciou no Parlamento que a reunião se realizará na próxima semana e que o objectivo é discutir o aumento do salário mínimo para 600 euros ao longo da legislatura.
Governo convoca concertação social para discutir aumento do salário mínimo
Catarina Almeida Pereira 02 de Dezembro de 2015 às 15:32

O Governo convocou os parceiros sociais para a primeira reunião de concertação social, anunciou esta quarta-feira, 2 de Dezembro, o primeiro-ministro, António Costa, na sua primeira intervenção no debate do programa de Governo.

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O objectivo, segundo explicou, é discutir o aumento do salário mínimo nacional para 600 euros ao longo da legislatura.

O programa de Governo explica que o Executivo "proporá em sede de concertação social uma trajetória de aumento do salário mínimo nacional que permita atingir os 600 euros em 2019: 530 euros em 2016, 557 euros em 2017, 580 euros em 2018 e 600 euros em 2019".

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De acordo com os parceiros sociais contactados pelo Negócios, a reunião está marcada para o próximo dia 10, às 15:00, e a ordem de trabalhos menciona o debate do Programa de Governo.

O salário mínimo é actualmente de 505 euros brutos por mês. O valor subiu 20 euros em Outubro de 2014, numa decisão tomada pelo anterior governo, após três anos e meio de congelamento.

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A CGTP defende o aumento imediato para 600 euros, enquanto a UGT propôs para 2016 o valor de 635 euros. As confederações patronais, que se mostram disponíveis para discutir o aumento, têm defendido que os valores a estabelecer num eventual novo acordo devem ser indicativos e sujeitos a análise da evolução de indicadores como a inflação ou a produtividade.

O presidente da CIP afirmou ao final da tarde que as negociações na concertação social "não se esgotam" no salário mínimo e disse estar disponível para "discutir" um acordo de competitividade, crescimento e emprego que deverá "tratar de uma política de rendimentos, na qual estará também incluído o salário mínimo". 

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"Não nos vão anunciar medidas que, partidariamente ou em termos de parlamento, por maioria já foram decididas", advertiu, adiantando que a concertação social "está valorizada, deve ser valorizada, e o seu papel é insubstituível". "Da CIP, enquanto parceiro social, não terão a disponibilidade para ser caixa receptora de decisões já tomadas", salientou.

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No mesmo sentido, o líder da CIP referiu que o salário mínimo deve ser negociado com os parceiros sociais "tendo em conta o crescimento da economia, a inflação e a produtividade".

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Sem por em causa um aumento do salário mínimo nacional, António Saraiva diz que a CIP quer ser "parte activa" nas decisões, "contribuir com propostas" e com as soluções que tem para "muitos dos problemas" de competitividade da economia portuguesa.

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(Notícia actualizada às 19:54 com as declarações de António Saraiva)

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