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Média salarial segue a subir 3,7% em termos reais

Generalidade dos setores de atividade obtém melhorias reais nas remunerações exceto o de transportes e armazenagem, ainda com perdas de poder de compra.

Pedro Elias
14 de Agosto de 2025 às 11:17

A média salarial nacional continua a avançar acima da inflação, com os ganhos em termos reais a traduzirem-se no final do segundo trimestre num acréscimo de 3,7% face a período igual de 2024, avança nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Na informação que tem por base a evolução de remunerações em 4,8 milhões de postos de trabalho declarados à Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações, no mês de junho verificava-se um aumento nominal na retribuição total média (incluindo, por exemplo, subsídios de férias) de 6% face ao mesmo mês do ano passado, para 1.741 euros. Descontada a inflação registada, medida pelo índice de preços no consumidor, o aumento real na média salarial era então de 3,7%, segundo o INE.

No mesmo período, a remuneração bruta regular média - o salário mensal habitual, incluindo prémios e bónus regulares - alcançou os 1.368 euros, subindo 5,7% em termos nominais e dando origem a um ganho real de 3,4% face à evolução dos preços no consumidor. Já a média de salários-base nacionais chegou aos 1.281 euros, igualmente numa subida nominal de 5,7% e um aumento real de 3,4%.

A publicação do INE dá conta de uma ligeira aceleração nas médias salariais face aos valores de crescimento homólogo registados em março último, então com subidas nominais de 5,8%, 5,6% e 5,1% nas médias de remuneração bruta total, regular e base, respetivamente.

Por setores de atividade económica, verificam-se ganhos reais quase transversais, considerando a remuneração bruta total. A exceção ocorre nas atividades de transportes e armazenagem, nas quais a média salarial do final do segundo trimestre reflete uma perda de poder de compra de 1,7% face a mesmo período de 2024. Neste setor, a variação nominal na média salarial total não foi além dos 0,5%, passando aos 2.019 euros.

Nas atividades de agricultura e pesca, com a mais baixa média salarial total e onde pesa significativamente a retribuição pelo salário mínimo, verifica-se por outro lado a maior subida nominal de salário médio, com um crescimento de 11,5% para 1.080 euros. Em termos reais, há uma subida de 9,1%.

Olhando para o setor com maior peso no emprego (mais de 700 mil trabalhadores), o comércio, a melhoria real das remunerações não foi além de 3,2%, após uma variação homóloga nominal de 5,5% na média salarial total para os 1.539 euros.

Nas indústrias transformadoras, com o segundo maior peso no emprego e também próximo dos 700 mil trabalhadores, a média salarial total avançou para os 1.550 euros, subindo 5,9% em termos nominais e permitindo um ganho real de 3,6%.

As atividades onde se regista a média salarial mais elevada, mas com um reduzido número de trabalhadores (menos de 11 mil), são as de eletricidade e gás, nas quais a média salarial total chega agora aos 3.869 euros, aumentando 6,7% face ao ano anterior e dando origem a uma melhoria real de 4,4% nas remunerações.

O segundo setor com a média salarial mais elevada, as atividades de informação e comunicação, regista um aumento de 7,2% na remuneração bruta total média para os 2.861 euros, resultando numa subida real de 4,8%.

De acordo com o INE, o setor privado, que concentra mais de quatro quintos dos trabalhadores por conta de outrem, seguia em junho com a média salarial total a avançar 5,7% para 1.566 euros e uma melhoria real de 3,4%.

Já no setor público, marcado por uma concentração maior de trabalhadores com qualificações mais altas e por uma média salarial mais elevada, a remuneração bruta total média subia 7,3% em termos nominais para os 2.673 euros, traduzindo ganhos reais de 4,9%.

(Atualizado às 12:11)

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