Herói improvável? Políticos suíços querem que presidente da FIFA ajude na negociação com Trump
Uma viagem da presidente suíça a Washington, numa tentativa de reduzir as tarifas de 39% que a Administração norte-americana impôs aos produtos do país, acabou sem um entendimento entre as partes. E surge agora um improvável nome aliado a uma possível negociação entre os dois países: Gianni Infantino, presidente da Federação internacional de Futebol (FIFA).
De acordo com informação avançada pelo Financial Times (FT), são várias as figuras políticas do país helvético que estão a pedir que Infantino, nascido na região suíça de Brig, seja “recrutado” para ajudar a influenciar o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, a baixar aquelas que são das tarifas comerciais mais altas aplicadas pelo país aos bens importados de outras nações.
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O argumento é de que o “chefe” do futebol a nível mundial poderá ajudar a garantir uma linha direta de negociação entre os líderes da Suíça e o presidente dos EUA, com quem Gianni Infantino tem, aliás, um relacionamento de longa data.
Além de figuras políticas, também líderes empresariais entraram em contacto com Infantino, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto e citadas pelo jornal britânico.
A presidente do país europeu, Karin Keller-Sutter, e o ministro da Economia suíço, Guy Parmelin, reuniram-se na tarde desta quarta-feira, 6 de agosto, com Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA, mas não anunciaram nenhuma mudança nas tarifas anunciadas por Trump.
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A delegação suíça saiu de Washington de “mãos vazias”, tanto que nem o presidente norte-americano mostrou qualquer tipo de disponibilidade para se reunir com a sua homóloga suíça enquanto esta esteve nos EUA.
Roland Rino Büchel, conselheiro nacional e membro do partido suíço SVP, figura entre aqueles que argumentam que o presidente da FIFA poderá atuar como um canal informal de comunicação com o presidente dos EUA, sendo que o republicano já se referiu a Infantino como sendo “um amigo meu”, um “vencedor” e um “tipo excelente”.
“É definitivamente hora de trazer Gianni Infantino agora, sem mais demora, para ajudar a abrir portas", disse Büchel, citado pelo FT. E acrescentou: "A situação é grave. Precisamos de ideias melhores para o bem do país e dos milhares de empregos que serão afetados se não conseguirmos um acordo melhor. Infantino é a pessoa mais indicada para talvez garantir uma reunião [com Trump]".
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Também Thomas Borer, ex-diplomata suíço, disse esta semana à imprensa que usar Infantino “não é uma má ideia” para conseguir um encontro com o presidente dos EUA.
As recentes aparições de Infantino ao lado de Trump, incluindo na final do Mundial de Clubes da FIFA em New Jersey, no mês passado, bem como a sua visita à Trump Tower, em Nova Iorque, no dia 7 de julho para inaugurar um novo escritório da FIFA no edifício detido por Donald Trump, mas também o facto de Infantino ter marcado presença na inauguração de Trump como 47.º Presidente dos EUA, em janeiro, pintam uma imagem de proximidade entre os dois. Além disso, os EUA estão a preparar-se para coorganizar o Mundial de Seleções da FIFA em 2026.
O ministério da Economia da Suíça e a FIFA recusaram comentar um possível envolvimento de Infantino nas negociações comerciais, avançou ainda o FT.
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