Itália já tem "governo político" que promete cumprir regras europeias

Di Maio e Salvini indicaram o nome de Giuseppe Conte como primeiro-ministro de um "governo político" que vai pôr "Itália a crescer". Salvini garante que Bruxelas não tem razões para apreensão porque Roma vai cumprir as regras europeias.
conte di maio italia primeiro ministro
Reuters
David Santiago 21 de Maio de 2018 às 19:15

O professor Giuseppe Conte foi o nome que Luigi Di Maio (Movimento 5 Estrelas) e Matteo Salvini (Liga) propuseram ao presidente da República para chefe do governo de aliança entre as duas forças anti-sistema, cabendo agora a Sergio Mattarella decidir se a candidatura do docente de Direito Privado em Florença tem condições para merecer aprovação do parlamento transalpino. 

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Di Maio e Salvini estiveram esta tarde reunidos, separadamente, com Mattarella e à saída dos encontros com o presidente italiano não revelaram o nome proposto. Foi já fora do palácio presidencial (Quirinale) que o líder do 5 Estrelas confirmou aos jornalistas que Conte foi o nome proposto a Mattarella. Para evitar críticas de que se trata de uma figura de perfil tecnocrata, Di Maio fez questão de frisar que "Conte será primeiro-ministro de um governo político". 

O líder "grillino" lembrou que de há muito Conte trabalha de perto com o 5 Estrelas e que apesar de não ter sido eleito nas listas do partido pertencia à equipa de Di Maio, pelo que foi "votado por 11 milhões de italianos". Mattarella, que não prestou qualquer declaração, vai reunir-se já esta terça-feira com os líderes de ambas as câmaras do parlamento (Deputados e Senado) para medir a margem de aceitação do nome escolhido pelos líderes das duas forças que se propõem governar Itália. 

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Di Maio confirmou que Conte não foi a primeira escolha, antes o nome capaz de obter aceitação de ambos os partidos. No entanto, o professor esteve sempre nas contas do 5 Estrelas, tendo inicialmente sido proposto para ministro da Administração Pública. 

Também já à saída do Quirinale, Matteo Salvini tentou acalmar as capitais europeias e os mercados garantindo que "no estrangeiro não há nada a temer" porque Conte vai liderar um governo que vai pôr os interesses do país acima de tudo, "respeitando tudo e todos, respeitando todas as regras e vínculos".

"Não têm nenhum motivo de preocupação em relação ao governo de que vamos fazer parte, que quer fazer crescer a economia da Itália", disse Salvini aos jornalistas numa declaração bem distante daquilo que faria minutos depois no Facebook em que declarou que o país ficava agora livre dos ditames de Bruxelas. "Agora basta: de precariedade morre-se, de cortes morre-se, de austeridade morre-se, de imigração fora do controlo morre-se, de vínculos europeus morre-se".

O líder do 5 Estrelas também quis deixar recados. Depois das declarações das últimas semanas em que diversos dirigentes europeus, ou instituições como a Fitch, tentaram condicionar as opções políticas numa fase em que ainda decorriam as negociações para delinear o programa do futuro governo italiano, Di Maio deixou um apelo: "deixem-nos começar a trabalhar e depois terão todo o direito de nos criticar".

Indiferentes aos sinais de estabilização política após quase 80 dias desde as eleições de 4 de Março, os investidores voltaram a mostrar receio quanto às implicações do programa político de um governo 5 Estrelas-Liga. Os juros da dívida pública italiana voltaram a disparar, tendo tocado em máximos de Março de 2017.

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Também já à saída do Quirinale, Matteo Salvini tentou acalmar as capitais europeias e os mercados garantindo que "no estrangeiro não há nada a temer" porque Conte vai liderar um governo que vai pôr os interesses do país acima de tudo, "respeitando tudo e todos, respeitando todas as regras e vínculos".

"Não têm nenhum motivo de preocupação em relação ao governo de que vamos fazer parte, que quer fazer crescer a economia da Itália", disse Salvini aos jornalistas numa declaração bem distante daquilo que faria minutos depois no Facebook em que declarou que o país ficava agora livre dos ditames de Bruxelas. "Agora basta: de precariedade morre-se, de cortes morre-se, de austeridade morre-se, de imigração fora do controlo morre-se, de vínculos europeus morre-se".

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O líder do 5 Estrelas também quis deixar recados. Depois das declarações das últimas semanas em que diversos dirigentes europeus, ou instituições como a Fitch, tentaram condicionar as opções políticas numa fase em que ainda decorriam as negociações para delinear o programa do futuro governo italiano, Di Maio deixou um apelo: "deixem-nos começar a trabalhar e depois terão todo o direito de nos criticar".

Indiferentes aos sinais de estabilização política após quase 80 dias desde as eleições de 4 de Março, os investidores voltaram a mostrar receio quanto às implicações do programa político de um governo 5 Estrelas-Liga. Os juros da dívida pública italiana voltaram a disparar, tendo tocado em máximos de Março de 2017.

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Apesar de Salvini assegurar que "está bem clara a equipa e o projecto para o país", a imprensa italiana refere que há ainda nomes por definir, designadamente numa pasta-chave como a Economia (em Itália é o Ministério das Finanças). No entanto, nesta altura ganha força o ex-banqueiro Paolo Savona (82 anos), que segundo o La Repubblica tem apresentado posições crescentemente críticas em relação ao euro. Savona, que já se mostrou disponível para assumir a pasta, será o nome preferido da Liga. Já o Il Sole 24 Ore refere que além de Savona também Giancarlo Giorgetti (Liga) tem possibilidades de ficar com a pasta.

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Luigi Di Maio (Movimento 5 Estrelas) e Matteo Salvini (Liga) propuseram a Sergio Mattarella que Giuseppe Conte seja o líder do próximo governo em Itália. Professor de Direito Privado em Florença, Conte é um político pouco conhecido e, como adiantou Di Maio, “será primeiro-ministro de um governo político".

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(Notícia actualizada às 20:31)

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