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Presidente do Senado italiano quer facilitar acesso dos estrangeiros a cidadania italiana

A proposta de Piero Grasso aparece contra a corrente que na Europa vai dominando os discursos e intenções relativas à imigração. Na Europa a tendência tem sido a de limitar os fluxos de imigrantes e dificultar a atribuição de cidadania, mas a posição de Grasso pode funcionar, em Itália, como uma pedrada no charco da intolerância contra os imigrantes.

26 de Março de 2014 às 20:06

"É chegado o momento de pensar num novo modelo de atribuição de cidadania aos estrangeiros que se integram na nossa sociedade e às segundas gerações", foi a ideia essencial deixada por Piero Grasso, presidente do Senado italiano citado pelo "Corriere della Sera".

No entender de Grasso a "lei actual arrisca excluir os direitos de trabalhadores honestos" e enquadra-se entre as legislações "mais severas da Europa". O senador Piero Grasso falava na apresentação, esta quarta-feira, do relatório "Família CISF 2014" titulado: "As famílias defronte ao desafio da imigração".

A ideia essencial, relativa aos trabalhadores imigrantes, deixada por Grasso passa pela necessidade de conferir “direitos de facto” aos imigrantes que decidem, ao fim de alguns anos, continuar a viver e a trabalhar em Itália. O Presidente do Senado defendeu ainda a necessidade de valorizar “os jovens que nasceram no nosso país, que estudam aqui, que falam a nossa língua e que jogam futebol nas nossas equipas”.

"Penso frequentemente, com amargura, como é possível que jovens que combatem contra a injustiça e lutam pelo futuro do nosso país possam ver negado o direito de cidadania", lamentou Piero Grasso.

Por fim o político transalpino nomeou como grande "desafio a construção de uma sociedade multiétnica e multicultural" que não tenha em conta a proveniência de cada um.

Contra-corrente

A apresentação desta proposta coincide com a proposta do Governo alemão que visa reduzir, para um período entre três e seis meses, o prazo temporal em que é possível, aos imigrantes desempregados, permanecer em solo alemão sem trabalho.  

Em Fevereiro a Suíça aprovou, em referendo, a imposição de limitações à entrada de cidadãos provenientes da União Europeia. Esta decisão aconteceu num período que poderá ficar marcado pelo crescimento dos partidos nacionalistas e de extrema direita nas eleições europeias do próximo mês de Maio.

Em sentido inverso prolifera, em vários países europeus, a facilitação da atribuição de cidadania a nacionais estrangeiros através da concessão de vistos gold. Em declarações ao Negócios, o professor de Ciência Política Adriano Moreira lembrava que "a multiplicação dos 'vistos gold' resulta directamente do credo do mercado ter substituído o credo dos valores".

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