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"Existe um ponto de partida" para a paz na Ucrânia, diz Von der Leyen

A Presidente da Comissão Europeia está cética em relação às intenções de Moscovo, mas celebra, para já, um ponto de partida para a paz. No entanto, enfatiza que é preciso assegurar a soberania ucraniana e não ceder território.

Von der Leyen voltou a frisar os cinco pilares que considera essenciais para uma 'paz longa e duradoura'.
Von der Leyen voltou a frisar os cinco pilares que considera essenciais para uma "paz longa e duradoura". Pascal Bastien / AP
12:21

Manter a pressão sobre a Rússia e garantir que a Ucrânia sai das negociações de paz como um país soberano, intacto e com capacidade para decidir o seu próprio futuro - sem limitações. Ursula Von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, dirigiu-se mais uma vez ao Parlamento Europeu para corroborar os pilares que considera fundamentais e que têm de estar patentes no acordo para acabar com o conflito que assola o Velho Continente há quase quatro anos. Mas, desta vez, há razões para celebrar. 

A líder da Comissão Europeia considera que existe, finalmente, um "ponto de partida" para um plano de paz, após vários dias de negociações - "graças ao trabalho da Ucrânia, dos Estados Unidos e de nós, europeus, nos últimos dias em Genebra". As afirmações acontecem depois de Washington ter apresentado a Kiev uma proposta de 28 pontos que favorecia em grande parte Moscovo e

A proposta estará agora reduzida a 19 pontos, como noticiou a ABC News nesta terça-feira, e o acordo - uma das prioridades que Ursula Von der Leyen considera fundamentais para assegurar uma "paz justa e duradoura". "Como nação soberana, não pode haver limitações às forças armadas da Ucrânia que deixem o país vulnerável a futuros ataques", disse a Presidente da Comissão Europeia, dirigindo-se ao eurodeputados presentes, até porque, como afirma, "a segurança da Ucrânia é a segurança da Europa".

Von der Leyen considera ainda como prioridade a manutenção das fronteiras atuais, rejeitando qualquer cedência de território ucraniano à Rússia. No plano apresentado pelos EUA, Kiev abriria mão da península da Crimeia (ocupada pelos russos desde 2014), além das regiões de Luhansk e Donetsk. "As fronteiras não podem ser alteradas pela força. Se hoje legitimarmos e formalizarmos o enfraquecimento das fronteiras, abriremos as portas para mais guerras amanhã", completou. 

Para a Ucrânia manter a soberania, Von der Leyen considera ainda essencial assegurar as necessidades financeiras do país - e, para isso, a União Europeia vai acelerar planos para servir-se dos bens russos congelados de forma a garantir um empréstimo de 140 mil milhões de euros - e assegurar que "todas as crianças ucranianas sequestradas pela Rússia sejam retornadas". No curto prazo, a Presidente da Comissão Europeia quer ainda garantir que todas as decisões que envolvem a Ucrânia ou o bloco de 27 países não são tomadas de forma unilateral - como aconteceu no plano apresentado por Washington, que abordava o futuro das sanções económicas e o destino dos bens russos congelados.

"Os dias que se avizinham são repletos de perigo – principalmente para o povo da Ucrânia, que continua a enfrentar uma enxurrada diária de ataques", enfatizou, referindo-se aos mais recentes ataques russos a território ucraniano. Para Von der Leyen, esta é tática usual de Moscovo, que, "sempre que há progressos significativos nas negociações que podem levar a uma paz real", acaba por "escalar a violência". Daí considerar que é extremamente necessário "manter a pressão sobre a Rússia", até porque "os ruídos do Kremlin nos últimos dias dizem muito sobre as suas verdadeiras intenções". 

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