Zelensky viaja este domingo para a Florida para assegurar apoio dos EUA
Presidente ucraniano deverá encontrar-se com o homólogo norte-americano para tentar ultrapassar questões pendentes e mostrar que Moscovo é o obstáculo à paz. Presidente do Conselho Europeu promete manter apoio a Kiev e reforçar, se necessário, sanções à Rússia.
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Quatro dias depois de ter apresentado um rascunho de um possível acordo de paz, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky é esperado este domingo na residência privada do homólogo norte-americano, Donald Trump, em Mar-a-Lago, na Florida. A visita, anunciada por Kiev, tem como principal objetivo assegurar o apoio dos Estados Unidos ao plano de paz.
Desta vez, Moscovo não fará parte das negociações. Nesta fase, o propósito é conseguir limar as arestas que ainda separam Kiev e Washington, sobretudo depois da pouco amistosa reunião entre Zelensky e Trump, na Casa Branca, em fevereiro deste ano.
Donald Trump já deu vários sinais de que quer acabar com a guerra o quanto antes e parece acreditar que a paz só será possível cedendo a grande parte das exigências de Moscovo. Na proposta que apresentou no final de novembro, Washington pediu concessões que Kiev considera inaceitáveis.
Da parte da Ucrânia, a grande questão está nas garantias de segurança. “É muito importante para nós que haja um sinal de que queremos garantias de segurança juridicamente vinculativas", disse Zelensky aos jornalistas, este sábado. “E isso depende principalmente do presidente Trump. A questão é quais garantias de segurança o presidente Trump está disposto a dar à Ucrânia”, insistiu, numa conversa com jornalistas.
A reunião entre os dois presidente é vista – mais uma vez – como crucial para acabar com a guerra na Ucrânia que está prestes a completar quatro anos. A Rússia começou a invasão no final de fevereiro de 2022.
UE garante apoio e reforço de sanções à Rússia
A poucas horas da reunião na Florida, a União Europeia voltou a dar garantias de apoio à Ucrânia e sinalizou a possibilidade de reforçar as sanções a Moscovo. Na rede social X, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, assegurou que o bloco “não vacilará”, na “guerra, na paz, na reconstrução”.
No texto, publicado poucas horas antes do encontro entre Zelensky e Trump, Costa enumerou "as recentes decisões" da UE, como as necessidades de financiamento de Kiev nos próximos dois anos, a “imobilização de ativos soberanos russos a longo prazo” e a prorrogação das sanções contra a Rússia “com novas medidas em curso, se necessário”.
António Costa escreveu ainda que a Europa está a trabalhar “numa paz sólida e duradoura para a Ucrânia, em estreita cooperação com os parceiros dos EUA”.
Além do presidente do Conselho Europeu, líderes de vários países europeus, do Canadá e da NATO, asseguraram este fim de semana ao presidente ucraniano o seu “total apoio”, segundo o chanceler alemão, Friedrich Merz.
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