"Brexit" resultaria numa prolongada incerteza económica e financeira, adverte a Moody’s

A agência de "rating" Moody’s Investors Service divulgou esta terça-feira dois relatórios sobre o potencial impacto económico e ao nível da notação do crédito se os britânicos saírem da União Europeia.
reino unido europa
Carla Pedro 22 de Março de 2016 às 00:10

A Moody’s elaborou dois relatórios acerca dos possíveis impactos de uma saída do Reino Unido da União Europeia (o chamado "Brexit"). Num deles, avalia as potenciais implicações em matéria de qualidade do crédito para as empresas não financeiras que operam no Reino Unido. No outro, avalia o potencial impacto de um "Brexit" para o Governo britânico, para as empresas públicas e privadas, bancos, seguradoras e companhias de infra-estruturas.

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Em ambos os estudos, não há dúvidas para os analistas da agência de notação financeira: a saída dos britânicos do bloco europeu – o Reino Unido vai referendar no próximo dia 23 de Junho a sua permanência na UE – terá repercussões negativas, em toda a linha.

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No que diz respeito aos impactos sobre as empresas não financeiras, a Moody’s conclui que o clima de incerteza que resultaria de um "Brexit" seria negativa para a notação do crédito das empresas sediadas no Reino Unido e poderia diminuir o investimento no país.

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Além disso, sublinha o estudo, o impacto de mais longo prazo dependeria dos acordos alternativos que pudessem ser implementados.

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No sector empresarial, a Moody’s aponta para poucas – se é que algumas – alterações nos "ratings" de curto prazo. No entanto, no mais longo prazo, essas alterações de notação poderão ser mais pronunciadas se um "Brexit" se revelar claramente prejudicial para o comércio e investimento ou para os custos do trabalho, salienta.

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Relativamente ao sector automóvel britânico, a Moody’s estima que este poderá confrontar-se com os direitos aduaneiros da União Europeia, mas que será de esperar que haja acordos comerciais alternativos para serem postos em prática.

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Já as barreiras alfandegárias, frisa a agência, penalizariam os exportadores ou empresas cujas cadeias de fornecimento dependem das importações, onde se incluem as companhias automóveis e outras firmas da área industrial, bem como retalhistas e empresas alimentares.

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No que diz respeito ao seu segundo relatório, que é transversal a todos os sectores da economia, a Moody’s conclui que os custos económicos de um "Brexit" seriam superiores aos potenciais benefícios.

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"O ‘Brexit’ conduziria a uma maior incerteza e a um crescimento modestamente mais fraco no médio prazo no Reino Unido", salienta a agência de notação financeira.

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Para o sector público britânico, diz ainda a Moody’s, deixar a União Europeia teria um impacto modestamente adverso.

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No que toca aos bancos sediados no Reino Unido ou com unidades de grandes dimensões naquele país, a agência considera que as implicações iniciais sobre a notação do seu crédito seriam limitadas.

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Já no que diz respeito à União Europeia, teria efeitos negativos sobre a notação do crédito, já que intensificaria o risco de mais saídas de outros Estados-membros, refere o relatório da Moody’s. 

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