Eurodeputados votam von der Leyen para presidente da Comissão na terça-feira. Verdes votam contra
O Conselho Europeu decidiu nomear Ursula von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia, mas a ministra alemã da Defesa só fica com o cargo se os eurodeputados aprovarem. Na próxima terça-feira, 16 de julho, o Parlamento Europeu (PE) vai votar e já se sabe que os Verdes chumbam o nome proposto pelos chefes de Estado dos Estados-membros.
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O anúncio foi feito esta quinta-feira, 11 de julho, pelo porta-voz do Parlamento Europeu, Jaume Duch: "A conferência dos presidentes do Parlamento Europeu decidiu que o discurso de Ursula von der Leyen irá acontecer na próxima terça-feira às 9h da manhã [hora de Bruxelas]. O debate decorre até às 12h30. O voto para a eleição do presidente da Comissão está agendado para o mesmo dia às 18h", revelou no Twitter.
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The Conference of Presidents of the European Parliament has decided that the statement by @vonderleyen will take place next Tuesday 16th July at 9am. Debate until 12.30. Vote scheduled for the election of the President of the Commission the same day at 6pm.
Contudo, os eurodeputados socialistas alemães (os terceiros com mais peso no S&D) terão resistência em aprovar von der Leyen e pode haver dissidentes noutros partidos, o que dificultaria a composição de uma forte maioria.
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Ontem, após a reunião com a nomeada, os liberais não garantiram o seu voto a favor, remetendo uma decisão para mais tarde. O grupo, do qual faz parte o partido do presidente francês Emmanuel Macron, quer uma vice-presidência para Margrethe Vestager, a atual comissária para a Concorrência e ex-candidata à presidência da Comissão, a par do lugar reservada para Frans Timmersmans, o candidato socialista.
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Gender equality is a topic close to my heart, which is why I came forward with this proposal at this morning’s meeting with @RenewEurope.#EuropeIsAWoman pic.twitter.com/Y6s5dUeaWq
Ontem, Paulo Rangel (PSD), vice-presidente do PPE (a família política da alemã), admitiu que existe o risco do PE chumbar, tendo defendido um adiamento da votação para setembro. "Sempre o disse desde o primeiro minuto em que ficou certo que a nomeada seria Ursula von der Leyen, não estranharia que pudesse haver um adiamento e que ele fosse saudável no sentido de poder haver essa plataforma de entendimento com os vários grupos", afirmou em declarações à Lusa.
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Já os Verdes, que ganharam peso e são agora o quarto maior grupo parlamentar, anunciaram que vão votar contra a ida de Ursula von der Leyen para a liderança da Comissão. Além de criticaram a falta de democracia por esta não ser uma das candidatas principais dos partidos europeus (spitzenkandidaten), o grupo europeu a que pertence o PAN disseram que a reunião foi "decepcionante" por não ter havido propostas "concretas" sobre as alterações climáticas ou o estado de direito.
Por outro lado, há a possibilidade dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), que são o sexto maior grupo (e é onde está o Partido Conservador britânico e o eurocético polaco Lei e Justiça (PiS), votarem favoravelmente. "Julgo que os conservadores estarão abertos a um apoio, embora não sejam entusiastas", revelou Rangel ontem. Caso Ursula von der Leyen não considera a aprovação, o Conselho Europeu terá de apresentar um novo nome até 30 dias depois. O próximo executivo comunitário deverá entrar em funções a 1 de novembro.
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