UE não tem medo das ameaças de Trump e vai enfrentar os "bullies"
A União Europeia não está amedrontada com as ameaças do presidente dos Estados Unidos de impor tarifas sobre a importação de automóveis e vai encontrar uma resposta para as decisões da administração Trump. A garantia foi dada esta segunda-feira, 12 de Março, pela comissária europeia para o Comércio, Cecilia Malmstrom, sublinhando que a UE vai enfrentar os "bullies".
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"Em alguns lugares, o comércio tem sido responsabilizado pelas dores da globalização, enquanto outros usam-no como bode expiatório e insistem que podemos esconder-nos atrás de paredes e muros", afirmou a comissária Cecilia Malmstrom numa conferência em Bruxelas, citada pela Bloomberg. "E, recentemente, tivemos a oportunidade de ver como é usado para ameaçar e para nos intimidar. Mas não temos medo, e vamos enfrentar os ‘bullies’".
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As palavras da responsável europeia surgem depois de, no fim-de-semana, Donald Trump ter reiterado que poderá impor tarifas sobre as importações de carros europeus, dizendo aos seus apoiantes, numa reunião, que os países da União Europeia se uniram "para tramar os Estados Unidos no comércio".
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As tarifas sobre os automóveis acresceriam àquelas que já foram anunciadas para o aço e alumínio, e que levaram Cecilia Malmstrom a reunir-se com o seu homólogo norte-americano para negociar uma isenção.
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No entanto, o encontro em Bruxelas entre Malmstrom e Robert Lighthizer terminou no sábado sem qualquer garantia que a União Europeia ficará excluída da imposição de tarifas sobre a importação daqueles metais.
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O bloco regional argumenta que é um aliado próximo dos EUA e, portanto, quaisquer imposições de tarifas por motivos de segurança nacional são injustificadas. Embora não haja mais reuniões bilaterais planeadas nesta altura, a Bloomberg adianta que os contactos entre os dois países continuam, com a UE numa verdadeira corrida contra o tempo para garantir uma isenção antes de as tarifas serem promulgadas em menos de duas semanas.
Incitada a responder às acusações dos Estados Unidos de que a União Europeia impõe barreiras às fabricantes norte-americanas de automóveis, Malmstrom lembrou que o bloco regional cobra uma taxa de 10% sobre as importações de automóveis dos Estados Unidos, enquanto os Estados Unidos cobram uma taxa de 25% sobre camiões e pick-ups, e até 40% em algumas peças de vestuário.
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De qualquer forma, acrescentou, "se a questão das tarifas sobre o aço e o alumínio é uma questão de segurança, não consigo perceber como é que os carros se encaixam nesse quadro". Isto porque um dos argumentos utilizados pela administração Trump para penalizar as importações dos metais foi que essas importações prejudicam a segurança nacional dos Estados Unidos.
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