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UE quer excepção às tarifas de Trump. "Esta não é a forma certa de agir", acusa Malmstrom

A comissária europeia para o Comércio, Cecilia Malmstrom, garantiu que vai exigir uma excepção às tarifas impostas por Trump sobre a importação de aço e alumínio. Mas avisa que tomará medidas caso o pedido seja recusado.

09 de Março de 2018 às 10:21

Cecilia Malmstrom, comissária europeia para o Comércio, já garantiu que vai exigir aos Estados Unidos uma excepção às tarifas sobre o aço e o alumínio para a União Europeia. A conversa com Robert Lighthizer, o seu homónimo norte-americano, está prevista já para este sábado. Contudo, caso não chegue a bom porto, Malmstrom avisou esta sexta-feira que pedirá a intervenção da Organização Mundial do Comércio. Além disso, a ameaça de retaliação continua em cima da mesa.

"Esta não é a forma certa de lidar com isto", disse esta sexta-feira a comissária europeia, num evento organizado pelo German Marshall Fund of the United States, em Bruxelas, citada pela Reuters. Por enquanto, Malmstrom está a partir do princípio que a União Europeia será excepcionada das tarifas de 25% sobre a importação de aço e de 10% sobre o alumínio. Mas se isso não se concretizar, a comissária garante que vai agir.

"Temos sido muito claros na afirmação de que isto não está de acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), por isso iremos à OMC, possivelmente com outros amigos", avisou a comissária. "Temos de proteger a nossa indústria com medidas compensatórias, temos de salvaguardar", somou.

Na quinta-feira à tarde (noite na Europa), Donald Trump cumpriu a promessa de introduzir tarifas à importação de aço e alumínio para proteger a indústria norte-americana, invocando uma cláusula de salvaguarda da segurança nacional. Só o Canadá e o México tiveram direito a excepções imediatas das tarifas, mas Trump admitiu conceder mais excepções, avaliadas caso a caso, a pedido de outros países ou grupos de países.

Contudo, Malmstrom já tinha dito que não reconhece o argumento e que considera a medida prejudicial ao comércio internacional, capaz de lançar uma escalada do proteccionismo. Logo na quinta-feira, depois de Trump assinar a decisão, a comissária reagiu no Twitter, notando que "a União Europeia é um aliado próximo dos Estados Unidos" e que por isso continua a ter o entendimento de que será "excluída das medidas". "Procurarei clarificar o assunto nos próximos dias. À espera da reunião com Lighthizer em Bruxelas no Sábado para discutir", frisou.

On tonight’s announcement - the EU is a close ally of the US and we continue to be of the view that the EU should be excluded from these measures. I will seek more clarity on this issue in the days to come. Looking forward to meeting USTR Lighthizer in Brussels on Sat to discuss.

Indústria alemã avisa para espiral proteccionista

Esta sexta-feira, quarto grupos industriais alemães – The DIHK (comércio), BDA (associação de empregadores), BDI (grupo industrial) e a Confederação alemã das profissões especializadas (ZDH) – manifestaram-se preocupados com o risco do proteccionismo.

Num comunicado conjunto, citado pela Reuters, os quatro grupos notam que "a indústria alemã está extremamente preocupada com a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas punitivas de longo alcance" e pedem que a Alemanha e a União Europeia continuem a defender o comércio livre.

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