Acordo com EUA traz "estabilidade" e evita "guerra comercial dispendiosa"
Presidente da Comissão Europeia responde às críticas a que o executivo comunitário foi sujeito após assinatura de acordo na Escócia.
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Depois das duras críticas a que o executivo comunitário foi sujeito após o encontro na Escócia em que Bruxelas aceitou os termos de um acordo com os Estados Unidos que fixou tarifas de 15% sobre os produtos europeus, a presidente da Comissão Europeia decidiu defender a opção de Bruxelas, frisando que o acordo "traz estabilidade" e evita uma "guerra comercial dispendiosa".
Num artigo de opinião publicado este domingo no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, Ursula von der Leyen escreve que o acordo firmado com Donald Trump resulta de uma "decisão consciente" que traz à União Europeia "estabilidade e previsibilidade em vez de escalada e confrontação".
No mesmo artigo, a presidente da Comissão reconhece que o acordo não é perfeito. Ainda assim, enfatiza os termos em que foi assinado: "Basta imaginar que as duas maiores potências económicas do mundo democrático não tivessem chegado a acordo e tivessem iniciado uma guerra comercial – isso teria sido aplaudido apenas em Moscovo e Pequim", conclui.
Apesar de os produtos europeus estarem sujeitos a taxas aduaneiras de 15%, Von der Leyen não tem dúvidas de que "com tarifas de retaliação da nossa parte, correríamos o risco de alimentar uma guerra comercial dispendiosa com consequências negativas para os nossos trabalhadores, consumidores e indústria".
Na quinta-feira, 21 de agosto, a União Europeia e os EUA emitiram uma declaração conjunta que define os contornos do acordo comercial firmado entre os blocos económicos a 27 de julho e que estabeleceu uma tarifa de 15% sobre as exportações dos 27 países europeus para território norte-americano.
Ficou assim confirmado que a maior parte dos produtos europeus estarão sujeitos às tarifas de 15%, incluindo setores importantes, como o automóvel, o farmacêutico, o de semicondutores e o da madeira. O documento clarifica assim as dúvidas que existiam sobre estes importantes setores de exportação.
No acordo consta ainda a informação já conhecida que a UE compromete-se a comprar, até 2028, 750 mil milhões de dólares em petróleo, gás e combustíveis nucleares de origem norte-americana, assim como 40 mil milhões de dólares em "chips" para usar em centros de dados para inteligência artificial. A estes valores junta-se um terceiro, de 600 mil milhões de dólares, a ser efetuado através de investimentos de empresas europeias nos EUA.
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