Defesa europeia: Paris e Berlim querem pressa após vitória de Trump. Londres suaviza oposição
França e Alemanha argumentam que uma UE mais forte na defesa irá também fortalecer a Aliança Atlântica, e, juntamente com Itália e Espanha, consideram que a eleição de Trump impõe que se acelererem os planos de uma maior cooperação entre europeus fora do quadro da NATO.
O chefe da diplomacia britânica, Boris Johnson (na foto), mostrou-se aberto à possibilidade de os países da União Europeia avançarem no caminho da integração militar, desde que a sua acção seja "complementar" à da NATO.
Falando nesta segunda-feira, 14 de Novembro, à margem da reunião dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros que decorre em Bruxelas, Johnson afirmou que os países europeus devem "assumir maiores responsabilidades" na sua própria defesa, e que uma maior cooperação e até integração dos respectivos meios militares será uma "coisa boa", desde que seja "complementar" à NATO.
Falando nesta segunda-feira, 14 de Novembro, à margem da reunião dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros que decorre em Bruxelas, Johnson afirmou que os países europeus devem "assumir maiores responsabilidades" na sua própria defesa, e que uma maior cooperação e até integração dos respectivos meios militares será uma "coisa boa", desde que seja "complementar" à NATO.
Até agora, Londres tem-se mostrado resolutamente contra a perspectiva de que uma maior cooperação em matéria de segurança e de defesa na UE – clube de que está a sair – possa resultar na criação de um exército europeu, temendo uma secundarização do papel NATO e, logo, de Londres, membro fundamental da Aliança Atlântica. Ainda em Setembro, o ministro britânico da Defesa, Michael Fallon, disse concordar que "a Europa precisa de reforçar-se para enfrentar os desafios do terrorismo e das migrações, mas vamos continuar a rejeitar qualquer ideia de um exército da União Europeia ou de um quartel-general, o que apenas iria debilitar a NATO".
Desde a segunda guerra mundial, a defesa da Europa está alicerçada na NATO, que, por sua vez, se alicerça nos Estados Unidos. Ainda em Fevereiro, Washington aumentou as verbas destinadas a reforçar a luta contra o Daesh e "a nossa posição na Europa e apoiar os nossos aliados na NATO face às agressões da Rússia", afirmou, na altura, o secretário de Estado da Defesa Ashton Carter. Donald Trump, vencedor das eleições presidenciais, poderá fazer agora marcha atrás, após ter repetidamente avisado durante a campanha que os europeus têm de passar a pagar e a assegurar mais a sua segurança e a de territórios vizinhos.
Neste momento, sobre a mesa dos governos europeus estão propostas, nascidas de um entendimento franco-germânicas, que vão no sentido de os países da UE (ou de alguns deles) articularem, através de uma "cooperação estruturada permanente", os seus meios de defesa, o desenvolvimento de equipamento militar, a segurança no ciberespaço, propondo-se ainda a criação de um quartel-general em Bruxelas (onde está sedeado o quartel-geral da NATO) dedicado apenas a missões de natureza civil.
França e Alemanha asseguram que uma UE mais forte na defesa irá também fortalecer a Aliança Atlântica, e, juntamente com Itália e Espanha, consideram que a eleição de Trump impõe que se acelererem os planos de uma maior cooperação entre europeus fora do quadro da NATO.
França e Alemanha asseguram que uma UE mais forte na defesa irá também fortalecer a Aliança Atlântica, e, juntamente com Itália e Espanha, consideram que a eleição de Trump impõe que se acelererem os planos de uma maior cooperação entre europeus fora do quadro da NATO.
Durante a campanha, Donald Trump criticou a NATO e o facto de os EUA estarem comprometidos com a defesa de países que não investem o suficiente na sua própria segurança. Agora, o presidente eleito está a ser pressionado pelos aliados a clarificar a sua posição, não só em relação à Aliança Atlântica mas também em face da Rússia. Nalgumas capitais europeias, designadamente em Berlim, existe o receio de que os Estados Unidos passem a ser mais complacentes e que, a troco de uma postura mais clara e consistente de Vladimir Putin na guerra que se trava na Síria e no Iraque, Washington possa fechar os olhos à anexação da Crimeia, mas também ao apoio de Moscovo aos separatistas russos de Donbass (no Leste da Ucrânia). Particularmente inquietos estão também os Bálticos, países da ex-União Soviética e actuais membros da UE e da NATO, que têm sido pontualmente alvos de manobras intimidatórias russas.
Durante a campanha, Donald Trump criticou a NATO e o facto de os EUA estarem comprometidos com a defesa de países que não investem o suficiente na sua própria segurança. Agora, o presidente eleito está a ser pressionado pelos aliados a clarificar a sua posição, não só em relação à Aliança Atlântica mas também em face da Rússia.
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