EUA preparam tarifa de 91% sobre massas italianas
O Departamento do Comércio dos EUA considera que várias marcas italianas venderam o produto a um preço demasiado baixo, prejudicando a concorrência.
Mais uma semana, mais uma tarifa. Desta feita os EUA apontam a mira para a importação de massas italianas, para as quais propõem uma taxa adicional de 91,76% sobre esta tipologia de produtos alimentares. Esta tarifa será cumulativa com a taxa de 15% já em vigor para a maioria das importações da União Europeia, o que colocaria em quase 107% a taxa a aplicar sobre estes produtos.
Os EUA justificam a nova tarifa com uma investigação do Departamento do Comércio, que considera que vários produtores italianos de massas – entre os quais estão dois nomes grandes, Garofalo e La Molisana – venderam produtos no mercado americano a um preço demasiado baixo, entre julho de 2023 e junho de 2024, ao ponto de a atividade ter sido considerada como "dumping".
A nova tarifa já colocou a máquina diplomática italiana e europeia em movimento. Segundo a agência Reuters, em Itália e na Comissão Europeia já se está a trabalhar no sentido de fazer com que os americanos reconsiderem a imposição da nova tarifa, que poderá entrar em vigor em janeiro de 2026.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, António Tajani, considerou a decisão americana como "injusificada" e disse que a embaixada italiana em Washington está a prestar apoio e esclarecimentos às empresas afetadas que poderão vir a ser afetadas pela nova decisão. Já o ministro da Agricultura, Francesco Lollobrigida, diz estar a acompanhar de perto o tema "que provocaria um mecanismo de hiperproteção contra os nossos produtores de massa e para o qual não vemos nem necessidade nem justificação", cita o jornal italiano Il Sole 24 Ore.
O mercado norte-americano representa cerca de 800 milhões de dólares (cerca de 685 milhões de euros ao câmbio atual) para as exportações da indústria de massa italiana.
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